terça-feira, 27 de maio de 2014

Esquema de estudo - História da cultura Africana e Afro-brasileira


História e Cultura Africana e Afro-Brasileira

História e Cultura Africana e Afro-Brasileira
Continente africano = diversidades e contrastes.
Os povos que habitam a África são física e culturalmente diferentes:
Pessoas de pele escura/ negroides/ bosquímanos.
Existem mais de mil idiomas falados no continente.
Centenas de religiões e tradições.
Religiões monoteístas = Cristianismo e Islamismo.
Religiões politeístas − A religião era o sustentáculo desses povos
Acreditavam num mundo de espíritos naturais e ancestrais, cuja influência sobre a vida cotidiana podia ser benéfica ou maligna.
Para muitos, boa sorte em tempos de guerra e as boas colheitas poderiam ser invocadas através de cerimônias religiosas.

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Forma de organização política.
Pequenas comunidades políticas = aldeia (mais ou menos autossuficientes)
Decisões = conselho dos chefes das famílias.
A partir quarto milênio – começaram a construir unidades mais centralizadas
Prestavam lealdade um rei.
Famílias reais = revezamento do poder = voto ou força das armas.
Fortalecidos pelo comércio – entre os séculos XII e XV, alguns reinos se tornaram mais poderosos e formaram verdadeiros impérios – destaque para Gana e Mali.
Quando os europeus começaram, no século XV, a frequentar a costa africana, eles se espantaram com o desenvolvimento que presenciaram.
Portos cheios de navios – comerciantes de todas as partes.
Cidades com casas semelhantes ou até melhores do que as de Portugal.
Já conheciam a metalurgia do ferro e usavam uma técnica superior a da Europa.
Criavam obras de arte magníficas.
Produziam panos de algodão de ótima qualidade.
Foi a partir do século XV, com as grandes navegações, que a história dos povos africanos sofreu uma mudança radical – foram vítimas da maior migração forçada da história da sociedade.
Os portugueses foram os pioneiros no tráfico negreiro para a América.
Naquela época o comércio de escravos tratava-se de um negócio normal e envolvia muitas pessoas.
Pumbeiros.
Soldados – funcionários do governo africano – dirigentes do governo.
Comerciantes europeus.
Compradores de escravos na América.
O comércio de escravos passou a ser fonte de renda na África.
Em alguns lugares, as autoridades chegaram a baixar leis onde os devedores não seriam mais punidos com a prisão, mas com a escravidão.
A escravidão foi uma instituição legal do Brasil (século XVI – XIX)
Foi a escravidão que possibilitou o sucesso da colonização e a construção da nação brasileira.
Nas primeiras décadas do século XV, os portugueses não deram tanta atenção para o Brasil devido comércio das especiarias nas Índias.
Isso mudou quando este tipo de comércio deixou de ser tão lucrativo para eles.
Passou a existir uma relação entre colônia e metrópole.
Até 1530, o pau-brasil era o principal produto levado para a Europa.
Montavam feitorias e o trabalho era realizado através do escambo.
Frequentemente os franceses contrabandeavam o pau-brasil.
Para não perder a terra e torná-la produtiva, o jeito foi colonizá-la.
A produção açucareira
Portugal já tinha experiência na plantação da cana-de-açúcar – Ilhas da Madeira, Açores e Cabo Verde.
As terras brasileiras pareciam propícias para a plantação e o mercado europeu necessitava do produto.
A primeira mão de obra usada para a produção do açúcar foi à escravidão do nativo.
A escravidão indígena trouxe uma série de problemas – a resistência e principalmente a oposição da Igreja Católica.
Começaram a utilizar o tráfico de escravos – negro trazido da África.
O tráfico fez com que os africanos fossem desprovidos de sua individualidade.
Uma vez escravizados eram transformados em mercadoria.
Consolidava-se a “coisificação” do negro – percebido como inferior.
Não se levou em conta a enorme multiplicidade étnica, cultural e linguística dos povos africanos.
Aqueles que participavam da escravização tentavam justifica-la construindo ideologias racistas.
Os negros eram vítimas da “maldição de Caim”.
Os negros passaram a ser vistos como seres primitivos, incivilizados e portadores de uma cultura desprezível.
Já nos portos de entrada o negro perdia o seu nome de origem e era rebatizado geralmente com nomes bíblicos.
As condições de vida e de trabalho dos africanos eram extremamente desumanas.
Encerrados em grandes plantações e áreas de mineração.
Superexploração do trabalho = recuperar o capital investido.
Desequilíbrio entre os sexos – predomínio absoluto de homens.
Enorme mortandade.
A resistência dos africanos e dos afrodescendentes se estendeu do século XVI ao XIX.
Múltiplas revoltas, formação de quilombos, fugas, incêndios de plantações, destruição de equipamentos, lentidão do trabalho, automutilações, assassinatos de senhores e capatazes, embriaguez e até mesmo suicídios.
O Quilombo dos Palmares foi um dos mais conhecidos representantes da resistência à escravidão no Brasil.
Organizado na Serra da Barriga, no interior do atual estado de Alagoas.
O número de habitantes segundo alguns historiadores alcançou, aproximadamente, 20 mil habitantes.
Dirigido inicialmente por Ganga-Zumba, mais tarde substituído por Zumbi.
Foi destruído por sucessivas expedições repressivas, onde a morte de Zumbi é hoje considerada Dia da Consciência Negra (20 de novembro).
A abolição do tráfico negreiro.
O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão.
Pressões inglesas para o fim da escravidão no Brasil.
1845 – Bill Aberdeen - proibição do tráfico negreiro.
1850 – Lei Eusébio de Queirós – Proibição do desembarque de escravos nos portos brasileiros.
A lei preservava a propriedade dos escravos adquiridos em período anterior.
O tráfico de escravos passou a ser interno – do Nordeste para o Sudeste.
Avanços e recuos do processo de abolição da escravatura.
Haviam muitos fazendeiros que não queriam acabar com a escravidão e manipularam o governo.
A partir de 1870 desenvolveu no país o chamado Movimento Abolicionista.
Pertenciam ao meio urbano e eram letrados.
Atuavam promovendo comícios, discursos na Câmara de Deputados, ações de apoio à fuga dos negros.
No caso dos militares – se negavam a perseguir escravos fugitivos.
A imprensa – com textos polêmicos – foi um dos meios prediletos dos abolicionistas.
Com a pressão de um lado e a resistência do outro, o processo abolicionista arrastou-se por vários anos.
A Lei do Ventre Livre (1871)
Esta lei considerava livre todos os filhos de mulher escravas nascidos a partir da data da lei.
A lei estabelecia duas possibilidades para as crianças que nasciam livres - Poderiam ficar aos cuidados dos senhores até os 21 anos de idade ou entregues ao governo - O primeiro caso foi o mais comum e beneficiaria os senhores que poderiam usar a mão-de-obra destes “livres” até os 21 anos de idade. 
Lei dos Sexagenários (1885)
Também conhecida como Lei Sararaiva-Cotegipe - Concedia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade.
A lei beneficiou poucos escravos, pois eram raros os que atingiam esta idade, devido a vida sofrida que levavam. Os que chegavam aos 60 anos de idade já não tinham mais condições de trabalho. Portanto, era uma lei que acabava por beneficiar mais os proprietários, pois podiam libertar os escravos pouco produtivos. Sem contar que a lei apresentava um artigo que determinava que o escravo, ao atingir os 60 anos, deveria trabalhar por mais 3 anos, de forma gratuita, para seu proprietário.
Lei Áurea (13 de maio de 1888)
A abolição foi feita sem indenização para os fazendeiros – experiência traumática para os senhores de escravos.
A Lei Áurea deu ao negro a “cidadania de papel”, mas não lhes garantiu as condições de sobrevivência numa sociedade de mentalidade escravista.
O negro pós-abolição, continuava não recebendo o tratamento de igualdade e passava a carregar consigo a marca do passado escravista.

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