CHAVE DE CORREÇÃO – 2ª SÉRIE – ENSINO MÉDIO
BRASIL: CAFÉ, INDUSTRIALIZAÇÃO E IMIGRAÇÃO
1) O café entrou no Brasil
no início do século XVIII pela região Norte, trazido das Guianas ao Estado do
Pará, e aos poucos se espalhou pelo país. Mas foi nas primeiras décadas do
século XIX que seu cultivo impulsionou, no Rio de Janeiro, nas áreas do Vale do
Paraíba. A expansão cafeeira logo atingiu São Paulo e Minas Gerais.
2) A expansão cafeeira no
final do século XIX, se deparou com um obstáculo que a impediu de prosseguir
com a sua marcha para o progresso, os índios. Eles resistiram veementemente
contra a colonização de suas terras e de seu território pagando caro por isto.
Pois não foram poupados das mais terríveis atrocidades cometidas pela empresa
capitalista, que aumentava cada vez mais, principalmente com a construção da
Estrada de Ferro. Estes índios passaram a ser alvo de ataques violentos,
chegando a ser atacados e assassinados em massa. Passaram a ser confinados em
pequenas porções de terras, as reservas, propiciando o prosseguimento, sem
interrupções, do progresso brasileiro para o oeste paulista, e demais regiões
de interesse para a empresa capitalista.
3) No Vale do Paraíba,
a implantação das fazendas se deu pela tradicional
forma de plantation, ou seja, grandes propriedades, cultivo para exportação e
uso de mão-de-obra escrava. A produção era feita através do uso extensivo do
solo, ou seja, somente quando a terra não tinha mais nutrientes necessários é
que se trocava de região, deixando a antiga abandonada ou para pequenas
plantações. Os instrumentos de trabalho eram, praticamente, apenas a enxada e a
foice. O transporte nessa
primeira fase produtiva era, também, bastante precário, sendo realizado até em
tropas de burros.
No Oeste
Paulista, as condições de solo e clima eram bem mais propícias para o café,
onde a planta chegava a ter cinco anos a mais de produtividade do que em outras
regiões. Também o uso de uma tecnologia mais avançada foi muito importante,
através do arado e do despolpador para descascar os grãos aumentaram a
eficiência da produção. Quanto à mão-de-obra, o Oeste também usou a escrava
africana. Contudo, por se desenvolver um pouco mais tarde, praticamente quando
o tráfico negreiro já havia sido proibido, buscou-se uma outra alternativa de trabalhadores.
Vieram os imigrantes. Neste mesmo período foram introduzidas as ferrovias que
contribuíram bastante para o transporte do produto.
4) As
ferrovias paulistas surgiram devido à necessidade de transportar o café
produzido no interior de São Paulo e exportado pelo porto de Santos. A
distância das lavouras cafeeiras e a necessidade de escoar a produção fizeram
com que os fazendeiros de café se unissem para criar linhas que servissem as
regiões de seu interesse. A primeira ferrovia paulista foi a The São Paulo
Railway Company. A Companhia Paulista de Estradas de Ferro ligava Jundiaí e
Campinas e foi inaugurada em 1872. A produção cafeeira cresceu e novos trechos
foram sendo construídos. A última das grandes ferrovias paulistas foi a
Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, cujos trilhos, em 1888, alcançaram a
divisa com Minas Gerais. Os 12 ramais da Mogiana eram verdadeiros “cata-café”.
Foi com o estabelecimento das malhas da Paulista, Sorocabana e Mogiana que a
rede ferroviária de São Paulo adquiriu a configuração que tem hoje. Foi o
interesse dos cafeicultores que influenciou toda a rede ferroviária construída.
5) O trabalho
era realizado através da mão de obra escrava e da mão de obra imigrante.
6) Lei de Terras, como ficou conhecida a lei
nº 601 de 18 de setembro de 1850, foi a primeira iniciativa no sentido de
organizar a propriedade privada no Brasil.
Até então, não havia nenhum documento que
regulamentasse a posse de terras e com as modificações sociais e econômicas
pelas quais passava o país. Ficou estabelecido, a partir desta data, que
só poderiam adquirir terras
por compra e venda ou por doação do Estado. Não seria mais permitido obter
terras por meio de posse, a chamada usucapião. Na
medida em que elevou o preço da terra, exigindo também o pagamento à vista e em
dinheiro no ato da compra, a lei n. 601 contribuiu para manter a concentração
fundiária que marca a realidade brasileira até hoje.
7) Manuel Alves Branco, decidiu propor uma lei que elevasse as
taxas alfandegárias do país. Segundo a proposta do ministro, a nova tarifa
estipulava que os produtos importados que não tivessem equivalente no país
sofreriam uma taxação de 30% sob o valor do produto. Os produtos que tivessem
concorrentes semelhantes ou iguais viriam a sofrer uma cobrança que poderia
variar entre 30% e 60% do valor da mercadoria. De tal modo, a chamada Tarifa
Alves Branco tinha como objetivo ampliar arrecadação do governo imperial por meio
dessa nova política tarifária. Assim que foi aprovada tal cobrança, os ingleses
manifestaram seu repúdio à ação promovendo a aprovação da Lei Bill Aberdeen. De
acordo com este decreto, os navios da Marinha Inglesa passavam a ter o direito
de prender os navios negreiros que circulassem pelas águas do Atlântico. Tal
ação acabou prejudicando a demanda dos produtores agrícolas que exploravam a
mão de obra escrava.
8) Na época,
tinha uma forma que os fazendeiros ganhavam dinheiro injustamente chamado
Parceira. O que os fazendeiros faziam era que eles chamavam pessoas da Europa,
que precisavam trabalho urgentemente e estavam sem dinheiro, e pagavam sua
viagem para o Brasil, que no tempo era muito cara. Após chegar, os fazendeiros
falavam para os imigrantes que para pagar suas dividas, teriam que trabalhar
para ele sem paga. Para comer, ele emprestava comida do armazém do fazendeiro,
e por isso ficavam permanentemente endividados com o fazendeiro. Isto aconteceu
muito com os Italianos que, sem dinheiro e sem conhecimento do que acontecia no
Brasil, mordiam a isca.
Isto não deu
certo por muito tempo porque depois os imigrantes se revoltavam contra seus
fazendeiros, como na Revolta de Ibicaba, e então os fazendeiros começaram a
seguir outro sistema: o sistema Colonato. Neste sistema, o fazendeiro pagava o
colono pelo seu trabalho no cafezal e dada a permissão de ter um pedaço de sua
terra para poder plantar sua comida ou criar animais para ele ou até para a
venda. Este sistema era muito melhor para os imigrantes e aceitaram felizmente.
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