O ESTADO NOS MUNDOS ANTIGO E MEDIEVAL
→ Há várias formas de poder do homem
sobre o homem e o poder político é apenas uma delas. Para compreendê-lo, é
preciso buscar o conceito de Estado e os significados do mesmo.
− O Estado, nasce quando grupos de homens mais
numerosos do que os que compõem uma tribo ou um bando se coordenam sob um
comando único.
− Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa – Estado
é um país soberano com estrutura própria e politicamente organizado.
− Para a sociologia, um Estado existe como um mecanismo
político de governo (instituições como o Parlamento ou Congresso, além de
servidores públicos), controlando determinado território, cuja autoridade
ampara-se num sistema legal e na capacidade de utilizar a força militar para
implementar suas políticas. (Adaptado de GIDDENS, 2005, p. 342)
− No mundo antigo e medieval pode-se aproximar
o conceito de Estado com o exercício do poder político, por uma ou mais
pessoas – realizavam obras, cobravam impostos e usavam a força para defender ou
controlar o território e seu povo.
− Na Idade Antiga Oriental – o Estado
apresentava como traço fundamental a teocracia – o monarca acumulava
poderes políticos, religiosos e econômicos (Egípcios, Mesopotâmios e hebreus).
− Na Europa Ocidental, entre os séculos XII e VIII
a.C., principalmente na Grécia, o poder político organizou-se em forma
de monarquias aristocráticas e democracias.
• Não existia um poder central – o poder era
fragmentado entre as cidades-estados.
• A cultura e a religião garantiu a unidade entre os
gregos.
− Em Roma, a organização do Estado iniciou-se
com o poder político centralizado no monarca – diferenciando-se assim da
monarquia grega.
− No mundo medieval – caracterizou-se pela
ausência do Estado unificado e centrado nas mãos de uma única pessoa.
• O poder político esta diluído entre os nobres
proprietários de terra e a igreja católica.
→ “Estados” na Antiguidade Oriental:
poder político e poder religioso.
− Mesopotâmia (região do atual Iraque)
• Na sua maioria, eram agricultores e dependiam do
período das cheias para organizar o plantio.
• Uma das funções dos monarcas, era controlar a defesa
da região, diante das muitas disputas pelas terras férteis.
• O rei exercia o poder político e religioso e
econômico – era considerado um representante dos deuses – poder teocrático.
• Através dos Sumérios, por volta de 2000 a.C.
organizaram o poder político em cidades-estado.
− Egito: uma experiência de poder teocrático
• Centralização do poder político nas mãos de um
monarca garantindo uma unidade.
• O monarca exercia as funções políticas, econômicas e
religiosas.
• O rei (faraó) era considerado um deus.
− Hebreus
• Para o povo hebreu só existia um Deus – Javé – fato este que distinguia esse povo
dos demais povos da antiguidade.
• Inicialmente estavam organizados em clãs,
cujo líder era denominado de patriarca.
• Posteriormente organizaram-se em tribos,
sendo que o chefe militar era chamado de Juiz.
• Quando dominaram a Palestina e tornaram-se
agricultores sedentários, sentiram a necessidade de centralizar o poder para defender-
se dos inimigos – instituíram a monarquia.
└ Nesta fase os reis eram considerados representantes
enviados por Deus.
→ O Estado na Grécia Antiga
− É mais comum caracterizar a formação do Estado na
Grécia, a partir do surgimento da pólis.
• A pólis era uma comunidade autônoma religiosa,
econômica e politicamente.
• Da pólis nasceu o termo política, que na etmologia
da palavra, significa a arte de administrar, governar a cidade.
• Foi a pólis grega (normalmente considerada uma
cidade-estado), que demonstrou que os gregos experimentavam várias formas de
governo:
└ Monarquia ( governo de um só)
└ Aristocracia (governo dos nobres)
└ Democracia (governo do povo)
− Atenas é um bom exemplo, pois, vivenciou
todas as formas de governo da Grécia Antiga.
• A primeira forma de governo foi a monarquia
└ O rei chamado
basileu, detinha o poder militar e religioso, mas, politicamente, era
controlado pelo Areópago e pelo Arcontado, uma espécie de
conselho de aristocratas formados por eupátridas (homens nascidos em
Atenas).
• 560 a.C. – tiranos exerceram o poder à força.
• 508 a.C. – Clístenes obteve prestígio para
liderar a resistência militar de Atenas numa invasão dos espartanos. Garantiu
direitos políticos para todos os cidadãos, criando assim a democracia.
└ Esta se tornou um modelo de organização para os
Estados que se formaram desde então, até os dias atuais.
└ A democracia ateniense nunca foi absolutamente
includente: dizia respeito apenas aos cidadãos masculinos, e excluía, de
qualquer forma de participação política, as mulheres, os imigrantes e os
escravos.
→ Relações entre conquistadores e
conquistados
− O Império persa, macedônio e romano são
modelos de monarquias que, por meio de conquistas, integraram extensas
regiões.
• Para mantê-las, além da estratégia militar, adotaram
o respeito à autonomia política e religiosa dos conquistados.
• Construíram uma confederação, uma aliança política
entre império e as oligarquias locais – mantidas especialmente pelo pagamento
de tributos e fornecimento de soldados.
− Persas
• Dario I (521-486 a.C.), usou como estratégia a descentralização
da administração entre os sátrapas – espécie de governantes de
províncias que, apesar de certa autonomia, eram vigiados por fiscais,
conhecidos como “olhos e ouvidos do rei”.
− Macedônios
• Dominaram regiões
pertencentes aos gregos e persas, fundando diversas cidades, muitas das quais
receberam o nome de Alexandria.
• As conquistas de Alexandre
expandiram o império a proporções nunca vistas na antiguidade; popularizaram a
cultura grega por meio dos costumes e da língua, que, no século IV a.C.,
tornou-se a língua mais falada entre os povos do Oriente Próximo.
− Romanos
• Sua primeira forma de
governo foi a monarquia (753-509 a.C.), seguida pela república
(509- 27 a.C.) e pelo império (27 a.C.-476 d.C.).
• Em Roma, o poder político,
assim como o poder econômico, era referendado pela posse das terras – que se
concentravam nas mãos dos patrícios.
• Durante a fase
republicana, o mundo romano era tratado como coisa pública e o governo partia
do senado, das magistraturas e das assembleias.
• Realizaram uma grande expansão
anexando regiões da Europa, Ásia e África, constituindo um grande império.
• Permitiram, na maior parte
das vezes, que os conquistados mantivessem suas particularidades culturais e
religiosas.
• Os maiores elos de ligação
do império eram o pagamento de tributos dos conquistados aos conquistadores, e
a partir de 270 a.C., o inquestionável poder político e social do imperador.
• A partir do ano 284 de
nossa era, o Império Romano, entra em crise econômica e administrativa.
→ O Estado na Idade Mídia e a Hierarquização do
poder
− No século II a.C., Roma
deu início a uma política expansionista. No entanto, por volta do século III d.
C., os romanos passaram a enfrentar uma série de problemas resultante da
expansão.
• Disputas internas pelo
poder
• A insubordinação das
populações dominadas
• A propagação de doenças e,
principalmente, a invasão dos povos bárbaros.
− As invasões germânicas
geraram uma fragmentação política e a ruralização da sociedade da Europa
ocidental, o que provocou a queda do Império Romano no Ocidente.
− O contato entre os povos
germanos e romanos resultou numa nova organização social, econômica e política:
o feudalismo.
→ Sociedade
feudal na Europa Ocidental
− Na sociedade feudal -
entre os séculos VI a XII, o poder local, de fato, era exercido pelo
proprietário dos feudos – o senhor feudal.
• A ele cabia à administração
da propriedade e das relações com os servos que viviam no seu feudo.
• A autoridade política do
papa e dos reis era mais social, mais teórica e quanto aos aspectos econômicos,
era comum que estes recorressem aos senhores feudais para montar exércitos e
juntar recursos para conquistas.
• A transferência das
tarefas do “Estado” é que tornava a nobreza e a Igreja Católica indispensáveis.
• Suas funções eram:
└ Nobreza – manter a defesa
do território.
└ Igreja – realizava a
assistência social e ser responsável pelo ensino.
− Como sistema de governo, o
feudalismo englobava certo número de concepções básicas:
• A noção de que direito
de governar era um privilégio pertencente a todo possuidor de um feudo,
implicando esse privilégio obrigações muito definidas, cuja violação podia
acarretar a perda do feudo.
• Os governantes devem concordar
em governar dentro da justiça, de acordo com as leis tanto humanas como
divinas.
• O feudalismo baseava-se
num ideal de soberania limitada e na oposição à autoridade absoluta, não
importando por quem fosse exercida.
• Dentro da teoria feudal,
na verdade, nenhum dirigente tinha o direito de legislar; a lei era produto do
costume ou da vontade de Deus.
→ O Estado Islâmico
− Um Estado criado por uma
religião, assim pode ser definido o Império que surgiu a partir da religião
islâmica, criada por Maomé (570-632) em 622, na cidade de Meca, na
Arábia.
− Um dos principais
objetivos desta religião foi unificar os árabes num só Estado.
• Com a morte de Maomé, em
632, esta missão foi mantida pelos seus sucessores – os califas, por
meio da guerra santa (jihad). └ Os
povos conquistados tinham a opção de adotar a nova religião e se incorporarem
ao Estado diminuindo a carga de tributos ou manter a religião tradicional,
arcando com tributos maiores.
− No Império Islâmico, a
função do Estado foi zelar pelo cumprimento da shariah – conjunto
das leis divinas.
− O governo dos califas
estendeu-se de 632 (morte de Maomé) a 1258(conquista de Bagdad pelos mongóis),
durante as dinastias dos omíadas e abássidas.
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