sábado, 27 de junho de 2015

ESQUEMA 03 - 1º ANO - 2015



HISTÓRIA DO ESPÍRITO SANTO – PERÍODO COLONIAL



Os primeiros habitantes

− populações primitivas que viviam no território capixaba.

• Tupi – Guarani / Puri – Coroado / Pataxó / Gê (Botocudo)

Os quatro grupos indígenas que habitavam o Espírito Santo falavam línguas diferentes.

Troncos linguísticos

− Tupi-Guarani

− Jê

Famílias Linguísticas

Tupi-Guarani

• Representado pelos Tupiniquim, Tupinambá e Termiminó.

• Habitavam preferencialmente a faixa costeira – ocuparam parte dos vales dos rios Cricaré, Itapemirim e Itabapoana.

• Os remanescentes destes grupos habitam hoje o litoral do município de Aracruz.

└ A Funai estabeleceu alguns postos de atendimento em Caieiras Velhas, Pau Brasil e Comboios.



• Representados por uma série de tribos, denominadas genericamente “Botocudos”.

Puri-Coroado

− Mais representada no Estado pelos Puri – esteve presente no sul do Estado, especialmente no Vale do Itapemirim e na região montanhosa do município de Castelo e na serra do Caparaó.

− Remanescentes de Puri-Coroado localizaram-se nos municípios de Conceição do Castelo e Iúna (sem assistência da Funai e sem identidade indígena).

Fora os Botocudos todos os índios eram agricultores

− Dos quatro grupos indígenas que habitavam o Espírito Santo, apenas os Botocudos não chegaram a agricultura.

• Os Tupis, os Puris e os Pataxós cultivam sobretudo a mandioca.

• Os Puris desenvolveram a cultura do milho.

• Os Patachós só cultivam o algodão.

− As aldeias indígenas existentes no litoral do Espírito Santo (todas Tupis) já representam muito pouco da cultura das populações primitivas no território.

Um século cheio de novidades

− Desde o século XII os portugueses vinham se destacando no comércio europeu – com as especiarias vindas do Oriente.

− No fim do século XV – Os Turcos bloquearam o comércio das especiarias no Mar Mediterrâneo.

− Europeus em busca de uma nova rota marítima.

− Pioneirismo português – Fundação da Escola de Sagres – D. Afonso Henrique.

− Disputa entre Portugal e Espanha

• Em 1492 – Cristóvão Colombo – a serviço da Espanha chegou a América.

• Em 1494 – Portugal e Espanha dividiram esse novo mundo em duas partes – Tratado de Tordesilhas.

• Em 1498 – Vasco da Gama (português) descobriu o caminho marítimo das índias.

• Em 1500 – Cabral chegava ao litoral do Brasil.

└ No Brasil os portugueses extraíam o chamado pau-brasil e aprisionavam um pássaro barulhento chamado papagaio.

└ Como Portugal não deu muita atenção para o Brasil devido ao comércio das especiarias – os franceses, ingleses e holandeses deram.

└ Em 1532 – começa a colonização de fato do Brasil – devido ao declínio do comércio das especiarias – prevenção contra o interesse dos franceses e devido os lucros gerados pelo plantio da cana de açúcar.

Vasco Coutinho

− Investiu tudo o que tinha na aventura da colonização do território de além-mar, chegando a renunciar a uma pensão vitalícia em troca de embarcações e provisões cedidas pelo rei D. João III.

− Chegou em maio de 1535, no dia 23, dedicado ao Espírito Santo (Alguns historiadores contestam a data).

− Desceu numa praia ao pé do Morro Moreno – no lugar que ficaria conhecido como Vila do Espírito Santo – mais tarde Vila Velha – alguns anos depois a capital da capitania passou a ser a Vila Nova de Nossa Senhora da Vitória – uma ilha mais protegida dos ataques dos índios.

• A Ilha do Frade – ele deu ao seu amigo de confiança – Valentim Nunes.

• A Ilha do Bode – hoje chamada de Ilha do Boi – foi doada a Jorge Menezes.

• Para si mandou fazer casa e engenho de açúcar.

− Dois anos depois da sua chegada, Vasco Coutinho estava tão encurralado na defensiva que deu nada menos do que a Ilha de Vitória a Duarte de Lemos, como retribuição por sua ajuda na luta contra os índios.

− Em 1540 – Vasco foi para Portugal disposto a arranjar recursos para explorar sua Capitania.

• Em seu lugar deixou Jorge Menezes – nas suas mãos o Espírito Santo praticamente aniquilado por um ataque maciço de índios tupiniquins, aimorés e goitacás (1547 e 1549) – morreram quase todos os habitantes da capitania – inclusive Jorge Menezes.

Principais dificuldades

− Dos 15 lotes de terra distribuídos a 12 donatários, apenas dois foram bem-sucedidos (Pernambuco e São Vicente).

• A hostilidade dos índios

• O isolamento

• O relevo montanhoso – dificultou o progresso para a região oeste.

• A esperança de achar ouro – tornava enfadonho da dedicação a lavoura.

• A personalidade de Vasco Coutinho – mais afeito à indulgência do que à disciplina.

O dia de Vitória

− A data oficial da fundação de Vitória – 8 de setembro de 1551 – foi oficializada em 1951.

A grande empresa jesuíta.

− Entre a chegada em 1549 e a sua expulsão em 1759 – os jesuítas foram a mais importante força religiosa existente no Brasil.

• Vieram para conquistar os índios e colocar ordem nos povoados.

└ Pacificaram muitos grupos indígenas agressivos e iniciaram a política de aldeamentos ou reduções.

└ Ensinaram o catecismo, a agricultura e diversos ofícios.

− A concentração indígena foi inicialmente maléfica para os nativos.

• Contraíram facilmente as doenças – alto índice de tuberculose.

− O primeiro jesuíta a chegar no Espírito Santo, em 1549 – foi Leonardo Nunes.

− O segundo – Afonso Brás.

• Fundador do Colégio de Santiago (1551) – hoje Palácio Anchieta – Sede do Governo do Estado.

− A Igreja dos Reis Magos – Nova Almeida – Também é outra edificação feita pelos jesuítas.

− Uma das facetas menos conhecidas dos jesuítas é seu esforço como produtores agrícolas – entre os séculos XVII e XVIII – chegaram a operar simultaneamente quatro fazendas.

Fazenda de Carapina – ao norte de Vitória – servia como repouso e produzia frutas e verduras para o colégio de Santiago.

Fazenda Muribeca – atual município de Presidente Kennedy – criava gado.

Fazenda Araçatiba – próxima ao rio Jucú – Viana – plantava cana e produzia açúcar, cachaça e rapadura.

Fazenda Itapoca – entre Viana e Cariacica – cultivava mandioca e fabricava farinha.

O Convento da Penha

Francisco Pedro Palácios (1500 – 1570) – criador do Santuário da Penha – Vila Velha.

− Em 1558 – chegou a Vila Velha – carregando um painel de Nossa Senhora dos Prazeres.

• Uma versão popular diz que a Nossa Senhora do painel indicou o lugar onde deveria ser construída uma capela – no alto do morro da Penha.

• Os missionários, os índios e os devotos subiram carregando pedras para construir a Capela de São Francisco – hoje conhecido por Campinho.

• Mais tarde partiu para o alto do rochedo, 140 metros acima do mar – onde construiu a capela – que mais tarde foi transformando-se em convento e santuário.

− Conserva-se até hoje a festa anual – oito dias após a Páscoa – em homenagem à Padroeira do Espírito Santo.

José de Anchieta, “o Apóstolo do Brasil”

− Catequista, poeta e gramatico – era espanhol – viveu parte da sua vida no Brasil.

− Veio para Anchieta – antiga vila de Reritiba – onde fundou o primeiro povoado – uma igreja em homenagem a Nossa Senhora de Assunção foi construída logo nos primeiros tempos.

− Estudou humanidade em Coimbra – convidado a se integrar na Companhia de Jesus – em 1551.

− Fez parte da comitiva do segundo governador geral do Brasil – Duarte da Costa – chegou a Bahia em 1553.

− Enviado para a Capitania de São Vicente – fundou o Colégio Piratininga.

− Aprendeu a língua tupi – compôs uma gramática e um vocábulo tupi e traduziu para o mesmo idioma o catecismo – facilitou o ensino cristão às crianças indígenas.

− Na revolta dos tamoios contra os portugueses, foi feito de refém e ficou meses como prisioneiro – na prisão, escreveu o seu poema a Virgem.

− Em 1560 – foi nomeado Reitor do Colégio São Vicente.

− A casa onde viveu e morreu Anchieta na Vila de Reritiba – anexo a Igreja de Nossa Senhora de Assunção – foi transformada em Museu Nacional de Anchieta – com relíquias de arte sacra e patrimônio histórico.

Araribóia o índio branco

− O índio termiminó Araribóia - foi o primeiro herói capixaba.

• Comandou um exército de índios arregimentados no Espírito Santo – na luta vitoriosa para expulsar os franceses do Rio de Janeiro – meados do século XVI.

− Nasceu na atual cidade de Niterói – RJ.

− Segundo historiadores – Araribóia (cobra do mau tempo – em tupi) nasceu em Santa Cruz – ES – foi batizado em 1530 – passou a ter o nome de branco: Martim Afonso de Souza Araribóia.

A briga contra os holandeses

− Resumiu-se a dois ataques

• Em março de 1625 – oito navios entraram na Baía de Vitória.

└ Em terra, a população resistiu evitando a posse e a ocupação da vila.

└ Os holandeses se retiraram depois de alguns dias – perseguidos por uma esquadra brasileira que saíra do Rio para proteger a costa da Bahia.

− Em outubro de 1640 – cerca de 800 holandeses – vindos de sete navios atacaram Vitória.

• Foram repelidos pela população, que tinha poucas armas de fogo, mas lutou com facas, porretes, arco e flechas – em torno onde ficava o colégio dos jesuítas (atual Palácio Anchieta – Sede do Governo do Estado) os combates duraram dois dias – participação de Maria Ortiz.

Maria Ortiz

− Foi a única mulher capixaba a alcançar o foro de heroína.

− Nasceu em 1603 – em Vitória.

− Tinha 22 anos quando ajudou a expulsar os holandeses da vila – em março de 1625.

− Filha de espanhóis – ela morava na parte alta de uma casa junto a ladeira vizinha à Igreja dos Jesuítas – no morro onde a cidade começou.

• Quando ali passavam os holandeses – Maria Ortiz despejou sobre eles água e outros objetos – seu gesto animou ainda mais a população capixaba a expulsar os invasores.

− Seu nome tornou-se símbolo da união contra a adversidade – desde 1899, a antiga ladeira do Pelourinho chama-se Maria Ortiz – na década de 20, foi construída uma escadaria que leva o nome dessa capixaba.

A civilização carangueja

– Das primeiras povoações – nos primeiros três séculos do Espírito Santo, apenas duas se achavam afastadas do mar – Serra (perto de Vitória) e São Mateus.

– Todos os demais vilarejos eram litorâneos: Itapemirim, Anchieta, Piúma, Guarapari, Vila Velha, Vitória, Nova Almeida e Santa Cruz.

– Tirando alguns caminhos para viajantes a pé ou a cavalo – as principais rotas eram pelos rios:

• Rio Itapemirim, Itabapoana e principalmente o rio Doce.

– No princípio, parte dos atuais territórios de Goiás, Minas Gerais e São Paulo – pertenciam a capitania do Espírito Santo.

• Hoje o Espírito Santo representa cerca de 8% do território da Bahia, sendo 12 vezes menor do que de Minas Gerais.

Minas Gerais – o sonho das esmeraldas, dos diamantes e do ouro,

– Minas sempre foi uma pedra no caminho do Espírito Santo.

– Pouco antes de 1700 – o grito de ouro ecoou – início da corrida do ouro para Minas Gerais.

– O Espírito Santo só não foi esquecido porque, para proteger a riqueza mineral descoberta a Oeste, o Governo de Portugal transformou Vitória numa fortaleza e a capitania numa larga barreira, visando impedir o contrabando de ouro.

– O rio Doce foi fechado a navegação, tornando-se proibido qualquer caminho do Espírito Santo a Minas.

– O engrandecimento das minas teve como consequência o esvaziamento do Espírito Santo – no século XVIII, a população do Espírito Santo era apenas 5 mil almas – ficaram os que não podiam ir embora: soldados, escravos, padres, funcionários públicos.

– Em 1720, finalmente, Minas Gerais tornou-se capitania, tendo por capital Vila Rica – mais tarde ouro preto.

Domingos Martins

– Foi o primeiro capixaba a se destacar no cenário político nacional – ao participar da Revolução Pernambucana em 1817.

– Nasceu em 09 de maio de 1781 (data presumida) – no Sítio Caxangá – próximo a atual cidade de Itapemirim.

– Educado da Europa – foi comerciante em Londres – entrou em contato com os propagandistas da Independência do Brasil.

– Mudou-se para Recife – onde as ideias libertárias circulavam em residências, clubes sociais ou sociedades secretas.

– Declara a independência de Pernambuco – os revolucionários constituíram um Governo Provisório – a maneira do Diretório da Revolução Francesa de 1789.

– Com o inevitável desmantelamento da ousadia pernambucana – o herói capixaba foi julgado e condenado a morte – fuzilado em Salvador, no Cabo da Pólvora – hoje Campo dos Mártires – no dia 12 de junho de 1817.

Rubim ligou o mar às montanhas

– Francisco Alberto Rubim – presidente do Espírito Santo de 1812 a 1819 – destacou-se ao realizar o velho sonho capixaba de abrir uma estrada para Minas Gerais.

• A estrada partia de Vitória e terminava em Vila Rica (Ouro Preto).

• Iniciada em 1814 – a obra foi concluída graças ao apoio de D. João VI, no Brasil desde 1808.

• Mesmo com a coroa portuguesa oferecendo favores fiscais por estimular o trânsito de mercadorias entre o Espírito Santo e Minas Gerais – a estrada quase não despertou entusiasmo entre os comerciantes que já tinham canais ativos ligando Vila Rica a Salvador, Rio e São Paulo sem passar por Vitória.

Governos do Espírito Santo

– 1535 – 1560 – Vasco Fernandes Coutinho.

– 1560 – 1563 – Belchior de Azeredo.

– 1563 – 1589 – Vasco Fernandes Coutinho Filho.

– 1589 – 1593 – Luíza Grinald (viúva de Vasco Filho).

– 1593 – 1605 – Miguel de Azeredo (Governador Adjunto).

– 1605 – 1627 – Francisco de Aguiar Coutinho.

– 1627 – 1674 – Ambrósio de Aguiar Coutinho.

– 1674 – 1685 – Fernando Gil de Araújo.

– 1685 – 1711 – Manuel Garcia Pimentel.

– 1711 – 1822 – Coroa Portuguesa.




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