HISTÓRIA DO ESPÍRITO SANTO – PERÍODO
COLONIAL
→ Os primeiros habitantes
− populações primitivas que viviam no território
capixaba.
• Tupi – Guarani / Puri – Coroado / Pataxó / Gê
(Botocudo)
→ Os quatro grupos indígenas que
habitavam o Espírito Santo falavam línguas diferentes.
→ Troncos linguísticos
− Tupi-Guarani
− Jê
→ Famílias Linguísticas
− Tupi-Guarani
• Representado pelos Tupiniquim, Tupinambá e
Termiminó.
• Habitavam preferencialmente a faixa costeira –
ocuparam parte dos vales dos rios Cricaré, Itapemirim e Itabapoana.
• Os remanescentes destes grupos habitam hoje o
litoral do município de Aracruz.
└ A Funai estabeleceu alguns postos de atendimento em Caieiras
Velhas, Pau Brasil e Comboios.
− Gê
• Representados por uma série de tribos, denominadas
genericamente “Botocudos”.
− Puri-Coroado
− Mais representada no Estado pelos Puri – esteve
presente no sul do Estado, especialmente no Vale do Itapemirim e na região
montanhosa do município de Castelo e na serra do Caparaó.
− Remanescentes de Puri-Coroado localizaram-se nos
municípios de Conceição do Castelo e Iúna (sem assistência da Funai e sem
identidade indígena).
→ Fora os Botocudos todos os índios
eram agricultores
− Dos quatro grupos indígenas que habitavam o Espírito
Santo, apenas os Botocudos não chegaram a agricultura.
• Os Tupis, os Puris e os Pataxós cultivam sobretudo a
mandioca.
• Os Puris desenvolveram a cultura do milho.
• Os Patachós só cultivam o algodão.
− As aldeias indígenas existentes no litoral do
Espírito Santo (todas Tupis) já representam muito pouco da cultura das
populações primitivas no território.
→ Um século cheio de novidades
− Desde o século XII os portugueses vinham se
destacando no comércio europeu – com as especiarias vindas do Oriente.
− No fim do século XV – Os Turcos bloquearam o
comércio das especiarias no Mar Mediterrâneo.
− Europeus em busca de uma nova rota marítima.
− Pioneirismo português – Fundação da Escola de Sagres
– D. Afonso Henrique.
− Disputa entre Portugal e Espanha
• Em 1492 – Cristóvão Colombo – a serviço da Espanha
chegou a América.
• Em 1494 – Portugal e Espanha dividiram esse novo
mundo em duas partes – Tratado de Tordesilhas.
• Em 1498 – Vasco da Gama (português) descobriu o
caminho marítimo das índias.
• Em 1500 – Cabral chegava ao litoral do Brasil.
└ No Brasil os portugueses extraíam o chamado
pau-brasil e aprisionavam um pássaro barulhento chamado papagaio.
└ Como Portugal não deu muita atenção para o Brasil
devido ao comércio das especiarias – os franceses, ingleses e holandeses deram.
└ Em 1532 – começa a colonização de fato do Brasil –
devido ao declínio do comércio das especiarias – prevenção contra o interesse
dos franceses e devido os lucros gerados pelo plantio da cana de açúcar.
→ Vasco Coutinho
− Investiu tudo o que tinha na aventura da colonização
do território de além-mar, chegando a renunciar a uma pensão vitalícia em troca
de embarcações e provisões cedidas pelo rei D. João III.
− Chegou em maio de 1535, no dia 23, dedicado ao
Espírito Santo (Alguns historiadores contestam a data).
− Desceu numa praia ao pé do Morro Moreno – no lugar que
ficaria conhecido como Vila do Espírito Santo – mais tarde Vila Velha – alguns
anos depois a capital da capitania passou a ser a Vila Nova de Nossa Senhora da
Vitória – uma ilha mais protegida dos ataques dos índios.
• A Ilha do Frade – ele deu ao seu amigo de confiança
– Valentim Nunes.
• A Ilha do Bode – hoje chamada de Ilha do Boi – foi
doada a Jorge Menezes.
• Para si mandou fazer casa e engenho de açúcar.
− Dois anos depois da sua chegada, Vasco Coutinho
estava tão encurralado na defensiva que deu nada menos do que a Ilha de Vitória
a Duarte de Lemos, como retribuição por sua ajuda na luta contra os índios.
− Em 1540 – Vasco foi para Portugal disposto a
arranjar recursos para explorar sua Capitania.
• Em seu lugar deixou Jorge Menezes – nas suas mãos o
Espírito Santo praticamente aniquilado por um ataque maciço de índios
tupiniquins, aimorés e goitacás (1547 e 1549) – morreram quase todos os
habitantes da capitania – inclusive Jorge Menezes.
→ Principais dificuldades
− Dos 15 lotes de terra distribuídos a 12 donatários,
apenas dois foram bem-sucedidos (Pernambuco e São Vicente).
• A hostilidade dos índios
• O isolamento
• O relevo montanhoso – dificultou o progresso para a
região oeste.
• A esperança de achar ouro – tornava enfadonho da
dedicação a lavoura.
• A personalidade de Vasco Coutinho – mais afeito à
indulgência do que à disciplina.
→ O dia de Vitória
− A data oficial da fundação de Vitória – 8 de
setembro de 1551 – foi oficializada em 1951.
→ A grande empresa jesuíta.
− Entre a chegada em 1549 e a sua expulsão em 1759 –
os jesuítas foram a mais importante força religiosa existente no Brasil.
• Vieram para conquistar os índios e colocar ordem nos
povoados.
└ Pacificaram muitos grupos indígenas agressivos e
iniciaram a política de aldeamentos ou reduções.
└ Ensinaram o catecismo, a agricultura e diversos
ofícios.
− A concentração indígena foi inicialmente maléfica
para os nativos.
• Contraíram facilmente as doenças – alto índice de
tuberculose.
− O primeiro jesuíta a chegar no Espírito Santo, em
1549 – foi Leonardo Nunes.
− O segundo – Afonso Brás.
• Fundador do Colégio de Santiago (1551) – hoje
Palácio Anchieta – Sede do Governo do Estado.
− A Igreja dos Reis Magos – Nova Almeida – Também é
outra edificação feita pelos jesuítas.
− Uma das facetas menos conhecidas dos jesuítas é seu
esforço como produtores agrícolas – entre os séculos XVII e XVIII – chegaram a
operar simultaneamente quatro fazendas.
• Fazenda de Carapina – ao norte de Vitória –
servia como repouso e produzia frutas e verduras para o colégio de Santiago.
• Fazenda Muribeca – atual município de
Presidente Kennedy – criava gado.
• Fazenda Araçatiba – próxima ao rio Jucú –
Viana – plantava cana e produzia açúcar, cachaça e rapadura.
• Fazenda Itapoca – entre Viana e Cariacica –
cultivava mandioca e fabricava farinha.
→ O Convento da Penha
− Francisco Pedro Palácios (1500 – 1570) –
criador do Santuário da Penha – Vila Velha.
− Em 1558 – chegou a Vila Velha – carregando um painel
de Nossa Senhora dos Prazeres.
• Uma versão popular diz que a Nossa Senhora do painel
indicou o lugar onde deveria ser construída uma capela – no alto do morro da
Penha.
• Os missionários, os índios e os devotos subiram
carregando pedras para construir a Capela de São Francisco – hoje
conhecido por Campinho.
• Mais tarde partiu para o alto do rochedo, 140 metros
acima do mar – onde construiu a capela – que mais tarde foi transformando-se em
convento e santuário.
− Conserva-se até hoje a festa anual – oito dias após
a Páscoa – em homenagem à Padroeira do Espírito Santo.
→ José de Anchieta, “o Apóstolo do
Brasil”
− Catequista, poeta e gramatico – era espanhol – viveu
parte da sua vida no Brasil.
− Veio para Anchieta – antiga vila de Reritiba – onde
fundou o primeiro povoado – uma igreja em homenagem a Nossa Senhora de Assunção
foi construída logo nos primeiros tempos.
− Estudou humanidade em Coimbra – convidado a se
integrar na Companhia de Jesus – em 1551.
− Fez parte da comitiva do segundo governador geral do
Brasil – Duarte da Costa – chegou a Bahia em 1553.
− Enviado para a Capitania de São Vicente – fundou o
Colégio Piratininga.
− Aprendeu a língua tupi – compôs uma gramática e um
vocábulo tupi e traduziu para o mesmo idioma o catecismo – facilitou o ensino
cristão às crianças indígenas.
− Na revolta dos tamoios contra os portugueses, foi
feito de refém e ficou meses como prisioneiro – na prisão, escreveu o seu poema
a Virgem.
− Em 1560 – foi nomeado Reitor do Colégio São Vicente.
− A casa onde viveu e morreu Anchieta na Vila de Reritiba
– anexo a Igreja de Nossa Senhora de Assunção – foi transformada em Museu
Nacional de Anchieta – com relíquias de arte sacra e patrimônio histórico.
→ Araribóia o índio branco
− O índio termiminó Araribóia - foi o primeiro herói
capixaba.
• Comandou um exército de índios arregimentados no
Espírito Santo – na luta vitoriosa para expulsar os franceses do Rio de Janeiro
– meados do século XVI.
− Nasceu na atual cidade de Niterói – RJ.
− Segundo historiadores – Araribóia (cobra do mau
tempo – em tupi) nasceu em Santa Cruz – ES – foi batizado em 1530 – passou a
ter o nome de branco: Martim Afonso de Souza Araribóia.
→ A briga contra os holandeses
− Resumiu-se a dois ataques
• Em março de 1625 – oito navios entraram na Baía de
Vitória.
└ Em terra, a população resistiu evitando a posse e a
ocupação da vila.
└ Os holandeses se retiraram depois de alguns dias –
perseguidos por uma esquadra brasileira que saíra do Rio para proteger a costa
da Bahia.
− Em outubro de 1640 – cerca de 800 holandeses –
vindos de sete navios atacaram Vitória.
• Foram repelidos pela população, que tinha poucas
armas de fogo, mas lutou com facas, porretes, arco e flechas – em torno onde
ficava o colégio dos jesuítas (atual Palácio Anchieta – Sede do Governo do
Estado) os combates duraram dois dias – participação de Maria Ortiz.
→ Maria Ortiz
− Foi a única mulher capixaba a alcançar o foro de
heroína.
− Nasceu em 1603 – em Vitória.
− Tinha 22 anos quando ajudou a expulsar os holandeses
da vila – em março de 1625.
− Filha de espanhóis – ela morava na parte alta de uma
casa junto a ladeira vizinha à Igreja dos Jesuítas – no morro onde a cidade
começou.
• Quando ali passavam os holandeses – Maria Ortiz
despejou sobre eles água e outros objetos – seu gesto animou ainda mais a
população capixaba a expulsar os invasores.
− Seu nome tornou-se símbolo da união contra a
adversidade – desde 1899, a antiga ladeira do Pelourinho chama-se Maria Ortiz –
na década de 20, foi construída uma escadaria que leva o nome dessa capixaba.
→ A civilização carangueja
– Das primeiras povoações – nos primeiros três séculos
do Espírito Santo, apenas duas se achavam afastadas do mar – Serra (perto de
Vitória) e São Mateus.
– Todos os demais vilarejos eram litorâneos:
Itapemirim, Anchieta, Piúma, Guarapari, Vila Velha, Vitória, Nova Almeida e
Santa Cruz.
– Tirando alguns caminhos para viajantes a pé ou a
cavalo – as principais rotas eram pelos rios:
• Rio Itapemirim, Itabapoana e principalmente o rio
Doce.
– No princípio, parte dos atuais territórios de Goiás,
Minas Gerais e São Paulo – pertenciam a capitania do Espírito Santo.
• Hoje o Espírito Santo representa cerca de 8% do
território da Bahia, sendo 12 vezes menor do que de Minas Gerais.
→ Minas Gerais – o sonho das
esmeraldas, dos diamantes e do ouro,
– Minas sempre foi uma pedra no caminho do Espírito
Santo.
– Pouco antes de 1700 – o grito de ouro ecoou – início
da corrida do ouro para Minas Gerais.
– O Espírito Santo só não foi esquecido porque, para
proteger a riqueza mineral descoberta a Oeste, o Governo de Portugal
transformou Vitória numa fortaleza e a capitania numa larga barreira, visando
impedir o contrabando de ouro.
– O rio Doce foi fechado a navegação, tornando-se
proibido qualquer caminho do Espírito Santo a Minas.
– O engrandecimento das minas teve como consequência o
esvaziamento do Espírito Santo – no século XVIII, a população do Espírito Santo
era apenas 5 mil almas – ficaram os que não podiam ir embora: soldados,
escravos, padres, funcionários públicos.
– Em 1720, finalmente, Minas Gerais tornou-se
capitania, tendo por capital Vila Rica – mais tarde ouro preto.
→ Domingos Martins
– Foi o primeiro capixaba a se destacar no cenário
político nacional – ao participar da Revolução Pernambucana em 1817.
– Nasceu em 09 de maio de 1781 (data presumida) – no Sítio
Caxangá – próximo a atual cidade de Itapemirim.
– Educado da Europa – foi comerciante em Londres –
entrou em contato com os propagandistas da Independência do Brasil.
– Mudou-se para Recife – onde as ideias libertárias
circulavam em residências, clubes sociais ou sociedades secretas.
– Declara a independência de Pernambuco – os
revolucionários constituíram um Governo Provisório – a maneira do Diretório da
Revolução Francesa de 1789.
– Com o inevitável desmantelamento da ousadia
pernambucana – o herói capixaba foi julgado e condenado a morte – fuzilado em
Salvador, no Cabo da Pólvora – hoje Campo dos Mártires – no dia 12 de junho de
1817.
→ Rubim ligou o mar às montanhas
– Francisco Alberto Rubim – presidente do Espírito
Santo de 1812 a 1819 – destacou-se ao realizar o velho sonho capixaba de abrir
uma estrada para Minas Gerais.
• A estrada partia de Vitória e terminava em Vila Rica
(Ouro Preto).
• Iniciada em 1814 – a obra foi concluída graças ao
apoio de D. João VI, no Brasil desde 1808.
• Mesmo com a coroa portuguesa oferecendo favores
fiscais por estimular o trânsito de mercadorias entre o Espírito Santo e Minas
Gerais – a estrada quase não despertou entusiasmo entre os comerciantes que já
tinham canais ativos ligando Vila Rica a Salvador, Rio e São Paulo sem passar
por Vitória.
→ Governos do Espírito Santo
– 1535 – 1560 – Vasco Fernandes Coutinho.
– 1560 – 1563 – Belchior de Azeredo.
– 1563 – 1589 – Vasco Fernandes Coutinho Filho.
– 1589 – 1593 – Luíza Grinald (viúva de Vasco Filho).
– 1593 – 1605 – Miguel de Azeredo (Governador
Adjunto).
– 1605 – 1627 – Francisco de Aguiar Coutinho.
– 1627 – 1674 – Ambrósio de Aguiar Coutinho.
– 1674 – 1685 – Fernando Gil de Araújo.
– 1685 – 1711 – Manuel Garcia Pimentel.
– 1711 – 1822 – Coroa Portuguesa.
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