OS CAMINHOS DA POLÍTICA IMPERIAL
BRASILEIRA: DA REGÊNCIA A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
→ O Período Regencial.
− Abdicação de D.
Pedro I.
− Fragmentação das
forças políticas responsáveis pela saída do imperador.
• Liberais
exaltados e farroupilhas - defendiam a transformação das instituições.
• Jurujubas –
Defendiam a luta armada para se chegar a transformação.
•Caramurus –
Ala mais reacionária da sociedade – sociedade conservadora – lutaram até a
morte de D. Pedro I (1834) por sua volta.
• Chimangos –
defensores da liberdade e da independência nacional – ficavam no centro, entre
os liberais e os conservadores.
− Após a morte de D.
Pedro I os caramurus ou restauradores, unira-se aos chimangos = PARTIDO
CONSERVADOR.
− Parte dos chimangos
uniu-se aos farroupilhas = PARTIDO LIBERAL.
“Nada mais parecido a um saquarema (conservador) do que um
Luzia (liberal) no poder”.
→ Regência Trina
Provisória
→ Regência Trina
Permanente
− Empossou Diogo
Antônio Feijó – Ministério da Justiça.
− Criação da Guarda
Nacional – agosto 1831 – figura do coronel.
→ O Código do Processo
Criminal de 1832 e o Ato Adicional de 1834.
− O Código do Processo Criminal
reforçava e ampliava as atribuições judiciais e policiais dos juízes de paz =
fortalecimento do poder local.
− Ato Adicional
= reformas da constituição de 1824.
• Criação das
Assembleias Legislativas Provinciais.
• Governo de um
regente na menoridade do Imperador.
• Supressão do
Conselho de Estado.
• Manutenção do poder
moderador.
• Vitaliciedade do
senado.
→ As revoltas
regenciais
− As elites
proprietárias tentaram manter o controle político da nação – centralização do
poder (desigualdades) = eclosão das revoltas populares.
− Farroupilha ou
Guerra dos Farrapos – Rio Grande do Sul.
• Dedicados a venda do
charque, couro e gado.
• O governo brasileiro
forçava a baixa dos preços do charque, comprando do Uruguai e da Argentina +
cobrança de altos impostos.
• Eram contra a
nomeação direta dos presidentes de províncias e dos funcionários locais pelo
poder central.
• Iniciaram um
movimento em 1835.
• Setembro de 1836 –
proclamaram a República Rio-Grandense – sede da Vila de Piratini.
• 1839 – A revolta
estendeu-se a Santa Catarina – foi proclamada a Republica Catarinense = República
Juliana.
• A grande questão era
a defesa do federalismo, a autonomia política e administrativa da província.
• Após dez anos de resistência, os
farrapos foram dominados – 1845.
• Conseguiram um
acordo de paz favorável.
└ Anistia dos
revoltosos.
└ Incorporação dos
oficiais farroupilhas ao exército brasileiro.
└ Diminuição dos
impostos.
└ Devolução das terras
confiscadas durante a guerra.
└ Fortalecimento da
Assembleia Local.
− Cabanagem –
Província do Pará
• Luta entre as
facções políticas locais – isolamento e pobreza da população = levantes.
• 1832 – revolta
liderada pelo Padre Batista Campos – insatisfação da população com as
autoridades nomeadas pelo poder central.
• Dezembro de 1833 –
Bernardo Lobo de Souza (Presidente enviado pelo Governo Central) – iniciou uma
política extremamente repressora.
└ Perseguiu, prendeu e
deportou todos os suspeitos e líderes da revolta de 1832 – causou a indignação
geral da província.
• A revolta assumiu
caráter popular e radical = revoltosos (cabanos).
• Líderes da revolta:
Os irmãos Vinagre e o seringueiro Eduardo Angelim.
• 1835 – Os cabanos
ocuparam Belém.
└ Prenderam e
executaram o presidente da província – Félix Antônio Malcher assumiu a
presidência do Pará e os cabanos passaram a exercer o governo local.
• As dissidências
entre os líderes.
└ Malcher e as elites
não concordavam com o caráter violente do movimento da facção popular do
movimento – declararam fiéis ao imperador – passaram a reprimir os
manifestantes mais radicais.
• A fúria dos cabanos
– Malcher foi deposto, executado e substituído por Francisco Vinagre (que
acabou também negociando com as autoridades centrais).
• Foi empreendida uma
ação repressora sob o comando do almirante Inglês Taylor = derrota dos cabanos.
• Logo após se
recuperarem da derrota os cabanos atacaram Belém e retomaram o poder – Eduardo
Angelim foi escolhido para chefiar o governo.
└ Ficaram no poder
durante dez meses – o movimento já estava desgastado devido às dissidências
internas e a repressão regencial.
• De 1836 a 1839
lutaram, mais acabaram por perecer frente as tropas governamentais.
− Balaiada – Maranhão
– Dezembro de 1838.
− Liderada pelos
liberais maranhenses – bem-te-vis – contrários aos abusos da oligarquia local,
ao governo conservador exercido por Vicente Camargo e a Lei dos Prefeitos.
• A revolta iniciou-se
na Vila de Manga e se estendeu ao Ceará, ao Piauí e a todo Maranhão.
• Os rebeldes chegaram
a tomar a Vila de Caxias.
└ As tropas do governo
(comando de Luís Alves de Lima e Silva) sufocaram o movimento após dois anos de
lutas sangrentas.
• Dois líderes se
destacaram na revolta.
└ O ex-escravo Cosme
Bento das chagas (Dom Bento das Chagas).
└ Manuel dos Anjos
Ferreira (Balaio) – fabricante de balaio.
• O governo deu
anistia a todos que combatessem Bento das Chagas = divisão dos revoltosos.
•A revolta encerrou-se
em 1841.
└ Cosme Bento foi
condenado à morte na forca – 1842.
− Sabinada – Bahia
– final de 1837 e início de 1838.
• Os revoltosos,
liberais exaltados desejavam tornar a província independente até que o
Imperador atingisse a maioridade.
• Revolta de caráter
urbano – o movimento envolveu profissionais liberais – funcionários públicos –
pequenos comerciantes – artesãos – militares (descontentes com o baixo soldo) e
promoções dos indivíduos de famílias privilegiadas.
• Foi prevista a
instalação de uma Assembleia e a libertação dos escravos nascidos no Brasil que
aderissem à revolta.
• Líderes em destaque
└ Francisco Sabino
Álvares da Rocha Vieira (médico) – responsável pela proclamação da República
Baiense – novembro de 1837.
└ Inocêncio da Rocha Galvão
– Advogado exilado nos EUA – foi nomeado Presidente.
└ O Bacharel João
Carneiro da Silva Rego – Vice.
└ Francisco Sabino –
Secretaria do Governo.
• O movimento se
radicalizou assumindo um caráter social.
└ Ricos brancos –
mestiços X pobres negros – Mestiços.
└ O enfrentamento foi
evitado pelo ataque das tropas do Governo Central.
− A Revolta dos
Malês - Bahia – 1835.
• Situação social
extremamente tensa.
└ Metade da população
era formada por negros – 80% negros de ganho (alfaiates, carpinteiros, vendedores
ambulantes).
└ Grande parte de
cultura islâmica – Malê = negro que sabia ler e escrever em árabe.
└ Péssimas condições
de vida = revolta.
• Objetivo da revolta:
libertar os negros e massacrar os brancos e mulatos (considerados traidores).
• A rebelião marcada
para o dia 25 de janeiro foi denunciada.
└ As tropas foram
mobilizadas e os principais líderes foram presos – derrotados devido o aparato
bélico superior (governo).
└ Vários foram presos
e torturados até a morte – outros julgados (18 condenados a morte, 32 a penas
que iam de dois anos de prisão até as Galés perpétuas e 11 sentenciados a
açoite).
→ O Regresso
− 1835 – houve eleição
– Diogo Feijó (apoiado pelos Liberais Moderados) – eleito Regente Uno.
• Defendia um poder
mais forte do executivo.
• Sua regência foi um
período muito turbulento – agravado pelo seu autoritarismo.
• Em razão das
pressões adversárias – renunciou em 19 de setembro de 1837.
− 1838 – O cargo de
regente foi ocupado por Pedro de Araújo Lima – muito ligado a Bernardo Pereira de
Vasconcelos (que iniciou uma reação conservadora – conhecida como Regresso –
consolidou o Partido Conservador).
− Os regressistas
temiam a desorganização e a anarquia – resultado do excesso de liberdade – Ato
adicional de 1834.
− Defendiam a volta da
centralização.
− Entre 1838 e 1842 –
O Código do Processo Criminal foi reformado e o Ato Adicional de 1834
reinterpretado (Lei de Interpretação do Ato Adicional).
• Foram implantadas
medidas centralizadoras para devolver o poder ao Governo Central.
• Atribuições das
Assembleias Legislativas Provinciais foram restringidas.
• A Câmara dos
Deputados e o Senado voltaram a ser os únicos órgãos com poder de votar leis
para o país, para as províncias e para os municípios.
• O Conselho de Estado
foi restaurado.
• As competências,
inclusive as policiais, dos Juízes de Paz foram retiradas.
• O caráter eletivo do
sistema judicial foi substituído pela escolha do poder central.
− Em 1840 – foi
aprovada a antecipação da maioridade de D. Pedro de Alcântara – golpe dos
Progressistas contra o governo dos Regressistas.
• Achavam que poderiam
influenciar D. Pedro se o levassem ao trono.
→ O Segundo Reinado
− 23 de julho de 1840
– com quase 15 anos – D. Pedro entra no poder.
− Os Liberais voltam
ao governo – por pouco tempo.
• 1841 – cai o
ministério composto pelos Liberais e forma-se outro Conservador.
− Inconformados os
Liberais pegam em armas – Movimentos Liberais de 1842 – (São Paulo e Minas
Gerais).
− Acabaram derrotados
pelo Duque de Caxias.
− No Segundo Reinado a
centralização além de política (Poder Moderador) também era administrativa.
• A justiça era
centralizada nas mãos do Ministro da Justiça.
└ Nomeava e demitia,
direta ou indiretamente, desde o Ministro do Supremo Tribunal de Justiça até um
simples guarda de prisão.
└ Responsável pela
nomeação de todos os comandantes e oficiais da Guarda Nacional, dos bispos,
párocos e delegados de polícia.
− Essa centralização
passou a ser duramente criticada – atribuí-se a Monarquia a culpa de todos os
problemas do país.
− Governo Parlamentar
falseado pelo Poder Moderador (parlamentarismo às avessas).
• Na Inglaterra – as
eleições precediam a escolha do Ministério.
• No Brasil Imperial –
as eleições só serviam para garantir a maioria do Legislativo do partido do
Primeiro Ministro – já indicado pelo Imperador.
− Em 1848 – Revolta
Praieira – Província de Pernambuco.
• Decadência econômica
– fabricação do açúcar e cultivo do algodão = tensões sociais.
• Monopólio da terra,
do comércio e da política.
• Influência das
ideias liberais e socialistas vindas da Europa.
└ Jornais de oposição:
O Republico, O Diário Novo, Jornal dos Praieiros.
└ Em 1845, os
Conservadores perderam o controle do governo – que passou para as mãos de um
liberal – Antônio Chichorro da Gama (político da confiança dos praieiros).
• Em 1848 – Chichorro
foi exonerado – sendo nomeado para o seu lugar um conservador = conflitos.
• Em 7 de novembro de
1848 – iniciou-se o movimento armado em Olinda e se espalhou por toda a
província.
• No seu “manifesto ao
mundo” – os praieiros defendiam.
└ Voto livre e
universal.
└ Liberdade de
imprensa.
└ Garantia de
trabalho.
└ Controle do comércio
por brasileiros.
└ A independência dos
poderes.
└ A extinção do Poder
Moderador.
• Os revoltosos foram
derrotados pelas tropas imperiais – condenados a prisão perpétua – sentença
cumprida na ilha de Fernando de Noronha – até a anistia em 1852.
→ Guerra do Paraguai
→ A crise da
monarquia.
− 1870 – críticas à
monarquia – Manifesto Republicano.
− Enfrentamentos com a
igreja, com os militares e a abolição da escravidão.
− Unitarismo.
− Guerra do Paraguai –
perdas humanas e materiais.
• Agravamento da
dívida externa.
• Cisão do Partido
Liberal.
└ 1868 – foi criada a
Ala Liberal Radical = oposição a monarquia – defesa da implantação da
República.
• Militares, clero e a
maioria dos cafeicultores paulistas passaram a defender os ideais republicanos.
− A Questão Militar
• Pós-guerra do
Paraguai – ideais reforçados pelo positivismo – Ordem e Progresso – justificava
o autoritarismo e o ideal militar de salvação nacional.
• O descontentamento
militar foi explorado pelos republicanos = militares abraçaram a causa
republicana.
− A questão religiosa
• Conflitos ligados ao
regime do padroado.
└ Facultava ao
Imperador o poder de vetar as bulas papais no Brasil.
• Em 1864 – o papa Pio
IX proclamou a Bula Syllabus – que proibia os padres de ligarem as lojas
maçônicas – D. Pedro II resolveu não acatar.
• Os bispos de Olinda
e Belém mandaram fechar as irmandades que tinham ligação com a Maçonaria.
└ Foram condenados a
quatro anos de trabalho forçados.
• A imprensa
republicana explorou como pode o incidente – acusou o Império de ser
intransigente e conservador.
− A abolição
• O Império perdeu com
a assinatura da Lei Áurea sua ultima e mais poderosa base de sustentação – os
proprietários de escravos.
→ A Proclamação da
República: que República era aquela?
− Os republicanos
tinham uma tarefa = substituir um governo e construir uma nação – mas existiam
posições diferentes:
• Proprietários rurais
– A República deveria ser espelhada no modelo americano.
└ Evitava a
participação popular.
└ Federalismo.
└ Sistema Bicameral.
• Jacobinos (pequenos
proprietários, profissionais liberais, jornalistas, professores e estudantes).
└ O ideal seria a
liberdade, a igualdade e a participação popular.
└ Não tinham um
projeto definido.
• Positivistas – os
vencedores.
└ Condenavam a
Monarquia em nome do progresso.
└ Defendiam um
executivo forte e intervencionista.
└ Exerciam forte
atração sobre os militares e republicanos do Rio Grande do Sul.
− Segundo um cronista
da época, Aristides Lobo – o povo assistiu à proclamação da República, em 15 de
novembro de 1889, "bestializada”,
acreditando estar vendo uma parada militar.
• A República surgiu
de cima para baixo.
− Após a proclamação
foi instalado um Governo Provisório.
• O Marechal Deodoro
da Fonseca devolveu as Assembleias Provinciais, as Câmaras Municipais e a
Câmara dos Deputados.
• Acabou com a vitaliciedade
do Senado e com o Conselho de Estado.
• Extinguiu o regime
de padroado e adotou a liberdade de culto.
• Interventores de
Estado foram nomeados.
− Começaram novos
tempos no Brasil.
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