LIMITES DO LIBERALISMO NO PROCESSO DE
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
CONTESTAÇÕES À ORDEM E LIBERALISMOS NA
COLÔNIA
→ Até a primeira década
do século XVIII, a América Portuguesa não tinha unidade política.
− Portugal era um
entreposto comercial importante – a economia de cada região da América
Portuguesa estava mais voltada para exportação.
• Indústria açucareira
– mineração – pecuária e agricultura de abastecimento.
• A mão de obra escrava
era a base da produção.
− A relação entre a
metrópole portuguesa e os habitantes da América foi marcada por divergências.
→ Um panorama de
inconfidências
− Século XVIII –
conflitos entre os colonos e a administração metropolitana – inconfidências.
A INCONFIÊNCIA MINEIRA – 1789
→ Influência
das ideias iluministas – Revolução Francesa.
→ Causa
– a cobrança de impostos considerados abusivos.
− Principal
imposto – Quinto Real – 20% do ouro retirado no ano.
− Em
1734, o governo português determinou que quando o total não fosse atingido os
mineradores deveriam completar, caso contrário seria decretado a Derrama.
→ Século
XVIII – Declínio da produção mineradora – esgotamento das jazidas.
→ Em
1785 – a Rainha Maria I proibiu o funcionamento de fábricas de manufatura na
colônia.
→ Em
1788 – chegou à região o Visconde de Barbacena (novo governador), para
verificar por que a arrecadação de ouro tinha diminuído.
− Também
tinha como objetivo o combate a sonegação e ao contrabando.
− Aplicar
a derrama – prevista para fevereiro de 1789.
→ Inicia a conspiração
– Inconfidência Mineira.
− Reuniões às
escondidas.
− Objetivos: Depor o
governador – promover a separação das Minas cm relação a Portugal – instituir
um governo autônomo.
→ Os planos foram
descobertos
− O dia da derrama foi
suspenso
− Os evolvidos foram
presos e julgados
• Foram condenados a
prisão ou ao exílio.
• O
provável líder – O Alferes Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes) –
foi condenado a pena capital.
A CONJURAÇÃO BAIANA
→ Dia
12 de agosto de 1798 – Salvador amanheceu com paredes e muros pinchados e
panfletos e boletins anônimos espalhados por vários lugares.
− Crítica
ao excesso de impostos cobrados
− Dominação
do governo português.
− Insatisfação
popular: aumento os preços – os salários continuaram os mesmos.
− Os
envolvidos foram delatados e muitos foram presos – a maioria eram pardos e
negros.
→ As
insatisfações evidenciadas nas diversas inconfidências conservaram as
características de um liberalismo elitista.
− Pregava-se
a liberdade, como sinônimo de anticolonialismo, mas não se pregava a igualdade.
• Boa
parte das insurreições não propunha o fim da escravidão.
O PERÍODO JOANINO: RUMO À
INDEPENDÊNCIA.
→ Em
1806, Napoleão Bonaparte decretou o Bloqueio Continental.
− Portugal
entre o fogo cruzado – França e Inglaterra.
→ A
fuga para a colônia
− A
saída ocorreu no dia 7 de novembro – escoltados por uma esquadra inglesa.
− Chegada
a Salvador, na Bahia – aconteceu em janeiro de 1808.
− Em
março de 1808 – a corte já estava no Rio de Janeiro, a nova sede do
Império.
→ A
cidade do Rio de Janeiro sentiu bastante os impostos desde a chegada da corte.
− Aumentou
muito o contingente populacional urbano num tempo muito curto.
• Consequências
nos setores de moradia, Higiene e saúde pública.
− Houve
muitas mudanças políticas e administrativas.
• Instituição
de ministérios e de órgãos públicos.
• Construções
de escolas, universidades, teatro e biblioteca.
• Criação
do Banco do Brasil.
• 1808
– D. João assinou cartas de abertura dos portos brasileiros para as “nações
amigas”.
└ Fim
do monopólio metropolitano.
− Em
1810 – foram assinados Tratados de Aliança e Amizade, Comércio e Navegação
entre Portugal e Inglaterra.
• Produtos
ingleses pagariam 15% de tarifa para entrar no Brasil.
• 16%
para os produtos portugueses.
• 24%
para as outras nações.
• Os
produtos ingleses “abocanharam” o mercado consumidor brasileiro e deixaram os
comerciantes de outras nações em “maus lençóis”
DE COLÔNIA A REINO UNIDO
→ Em
1815, com Napoleão derrotado, os países se reuniram no Congresso de
Viena para reorganizar a política e o mapa da Europa.
− D.
João não querendo voltar para Portugal de imediato elevou o Brasil à categoria
de Reino – Que passou a se chamar Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarves.
• Com
esse ato o Brasil deixava de ser uma colônia.
→ As
realizações de D. João no Brasil foram saudadas por muitas pessoas,
especialmente as do Rio de Janeiro.
− Tudo
isso tinha um custo: D. João alterou profundamente a cobrança de impostos no
Brasil, aumentando a lista de tributos e percentual da taxação.
A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA
→ Com
a transferência a capital para o Rio de Janeiro, os pernambucanos passaram a
pagar mais impostos e não receberam melhorias em sua região.
− Estavam
submetidos às decisões tomadas pelos tribunais e conselhos instalados na
capital.
− A
abertura os portos não foi aplicada a Pernambuco.
• O
comércio era dominado pelos portugueses.
− Os
militares de origem brasileira se sentiam excluídos das promoções de carreira,
diante dos militares portugueses.
− Em
1806, uma grande crise econômica abateu sobre a região.
• A
seca atingiu o algodão e a cana-de-açúcar.
• O
sentimento antilusitano e contrário a D. João VI se alastrou e as ideias
liberais foram retomadas.
→ A
revolta eclodiu em 1817 e os pernambucanos formaram um Governo
Republicano, que não se submeteria a D. João.
→ Foi
organizada uma violenta repressão.
− Os
comerciantes portugueses e vários proprietários rurais de Pernambuco apoiaram a
repressão.
− O
movimento foi vencido – Todos os líderes foram presos.
• Alguns
exilados e outros, condenados a morte.
INDEPENDÊNCIA: PERMANÊNCIA E MUDANÇAS.
® Em Portugal as coisas não iam bem – a
economia estava em queda desde a vinda da família real para o Brasil – após a
abertura dos portos para os ingleses.
− Teve
início o movimento liberal português, em agosto de 1820, na cidade do Porto – Revolução
Liberal do Porto.
DE REINO UNIDO A COLÔNIA, OUTRA VEZ
→ Os
revolucionários questionavam o abandono de Portugal pelo rei – exigiam a volta
de D. João e uma constituição, a ser elaborada pelas cortes.
− Tinham
a intenção de recolonizar o Brasil.
− Muitas
pessoas também no Brasil não estavam contentes com o governo de D. João.
− Diante
das pressões ele decide voltar em abril de 1821 – deixando seu filho,
D. Pedro, como regente do Reino do Brasil.
• D.
Pedro tinha poder de decisão sobre o governo, mas com a garantia de obediência
ao seu pai.
UMA MONARQUIA INDEPENDNTE
→ No
Brasil, as pessoas mais influentes tomaram partido e se agruparam em defesa da
situação que melhor atendesse aos seus interesses.
− Os
radicais
• Formado
por setores médios urbanos das maiores cidades.
• Defendia
a implantação de um regime republicano no país e a autonomia das províncias.
−
Os Portugueses
• Formado
por comerciantes portugueses radicados no Brasil.
• Defendia
a obediência a todos as decisões metropolitanas.
└ Recuperação
dos privilégios perdidos com a abertura dos portos em 1808.
− Os
Moderados
• Formado
principalmente por grandes proprietários de terras, comerciantes, altos
funcionários públicos e militares que haviam se beneficiado com a presença da
Corte no Brasil.
• Defendiam
uma posição moderada.
→ D.
Pedro procurava-se firmar como regente e resisti a atender à exigência de
voltar para Portugal.
− O
“Partido Brasileiro” – de posição moderada procurou se aproximar do regente com
a intenção de influenciá-lo.
• Foi
entregue um abaixo assinado ao príncipe, com cerca de 8 mil
assinaturas, solicitando sua permanência no Brasil.
└ D.
Pedro atendeu a solicitação rompendo com as decisões das cortes pela primeira
vez – este dia foi chamado de “Dia do Fico”.
• D.
Pedro formou um ministério e colocou o político José Bonifácio de Andrada e
Silva como o seu principal ministro.
• Determinou
que as ordens portuguesas não seriam cumpridas sem a sua concordância.
• Enviou
emissários as províncias mais distantes em busca de apoio das elites.
• Instituiu
uma Assembleia Nacional Constituinte em 1822.
• Enviou
um comunicado as “nações amigas”, solicitando o reconhecimento do Brasil,
como nação independente.
• Uniu-se
ao Partido Brasileiro.
→ No
dia 7 de setembro de 1822, recebeu um comunicado das cortes não
reconhecendo a Assembleia Nacional Constituinte e exigindo mais uma vez a sua
volta.
− De
volta da visita a São Paulo, as margens do rio Ipiranga, declarou o Brasil
separado de Portugal.
− Os
comerciantes portugueses não aceitaram a situação, por isso foi preciso usar a
força para impor a independência.
• Somente
em 1823, definiu-se a unidade territorial do Império do Brasil.
− O
Brasil tornava-se um país independente, mas permanecia uma Monarquia, regida
pela Casa de Bragança em aliança com as elites brasileiras.
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