Série: 3ª
série – Ensino Médio
Assunto: Conceito de Estado e suas transformações históricas
Professor:
Dayvid Machado Fernandes – História
O
ESTADO NOS MUNDOS ANTIGO E MEDIEVAL
→ Há várias formas de
poder do homem sobre o homem e o poder político é apenas uma delas. Para
compreendê-lo, é preciso buscar o conceito de Estado e os significados do
mesmo.
− O Estado, nasce
quando grupos de homens mais numerosos do que os que compõem uma tribo ou um
bando se coordenam sob um comando único.
− Segundo o
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa – Estado é um país soberano com
estrutura própria e politicamente organizado.
− Para a
sociologia, um Estado existe como um mecanismo político de governo
(instituições como o Parlamento ou Congresso, além de servidores públicos),
controlando determinado território, cuja autoridade ampara-se num sistema legal
e na capacidade de utilizar a força militar para implementar suas políticas. (Adaptado
de GIDDENS, 2005, p. 342)
− No mundo
antigo e medieval pode-se aproximar o conceito de Estado com o exercício
do poder político, por uma ou mais pessoas – realizavam obras, cobravam
impostos e usavam a força para defender ou controlar o território e seu povo.
− Na Idade
Antiga Oriental – o Estado apresentava como traço fundamental a teocracia
– o monarca acumulava poderes políticos, religiosos e econômicos (Egípcios,
Mesopotâmios e hebreus).
− Na Europa
Ocidental, entre os séculos XII e VIII a.C., principalmente na Grécia, o
poder político organizou-se em forma de monarquias aristocráticas e
democracias.
• Não existia um
poder central – o poder era fragmentado entre as cidades-estados.
• A cultura e a
religião garantiu a unidade entre os gregos.
− Em Roma, a
organização do Estado iniciou-se com o poder político centralizado no monarca –
diferenciando-se assim da monarquia grega.
− No mundo
medieval – caracterizou-se pela ausência do Estado unificado e centrado nas
mãos de uma única pessoa.
• O poder político esta
diluído entre os nobres proprietários de terra e a igreja católica.
→ “Estados” na
Antiguidade Oriental: poder político e poder religioso.
− Mesopotâmia
(região do atual Iraque)
• Na sua maioria,
eram agricultores e dependiam do período das cheias para organizar o plantio.
• Uma das funções
dos monarcas, era controlar a defesa da região, diante das muitas disputas
pelas terras férteis.
• O rei exercia o
poder político e religioso e econômico – era considerado um representante dos
deuses – poder teocrático.
• Através dos
Sumérios, por volta de 2000 a.C. organizaram o poder político em cidades-estado.
− Egito: uma
experiência de poder teocrático
• Centralização do
poder político nas mãos de um monarca garantindo uma unidade.
• O monarca exercia
as funções políticas, econômicas e religiosas.
• O rei (faraó)
era considerado um deus.
− Hebreus
• Para o povo
hebreu só existia um Deus – Javé – fato
este que distinguia esse povo dos demais povos da antiguidade.
• Inicialmente
estavam organizados em clãs, cujo líder era denominado de patriarca.
• Posteriormente
organizaram-se em tribos, sendo que o chefe militar era chamado de Juiz.
• Quando dominaram
a Palestina e tornaram-se agricultores sedentários, sentiram a necessidade de
centralizar o poder para defender- se dos inimigos – instituíram a monarquia.
└ Nesta fase os
reis eram considerados representantes enviados por Deus.
→ O Estado na Grécia
Antiga
− É mais comum
caracterizar a formação do Estado na Grécia, a partir do surgimento da pólis.
• A pólis era uma
comunidade autônoma religiosa, econômica e politicamente.
• Da pólis nasceu o
termo política, que na etmologia da palavra, significa a arte de administrar,
governar a cidade.
• Foi a pólis grega
(normalmente considerada uma cidade-estado), que demonstrou que os gregos
experimentavam várias formas de governo:
└ Monarquia
( governo de um só)
└ Aristocracia
(governo dos nobres)
└ Democracia
(governo do povo)
− Atenas é
um bom exemplo, pois, vivenciou todas as formas de governo da Grécia Antiga.
• A primeira forma
de governo foi a monarquia
└ O rei chamado basileu, detinha o poder
militar e religioso, mas, politicamente, era controlado pelo Areópago e
pelo Arcontado, uma espécie de conselho de aristocratas formados por eupátridas
(homens nascidos em Atenas).
• 560 a.C. – tiranos
exerceram o poder à força.
• 508 a.C. – Clístenes
obteve prestígio para liderar a resistência militar de Atenas numa invasão dos
espartanos. Garantiu direitos políticos para todos os cidadãos, criando assim a
democracia.
└ Esta se tornou um
modelo de organização para os Estados que se formaram desde então, até os dias
atuais.
└ A democracia
ateniense nunca foi absolutamente includente: dizia respeito apenas aos
cidadãos masculinos, e excluía, de qualquer forma de participação política, as
mulheres, os imigrantes e os escravos.
→ Relações entre
conquistadores e conquistados
− O Império
persa, macedônio e romano são modelos de monarquias que, por meio de
conquistas, integraram extensas regiões.
• Para mantê-las,
além da estratégia militar, adotaram o respeito à autonomia política e
religiosa dos conquistados.
• Construíram uma
confederação, uma aliança política entre império e as oligarquias locais –
mantidas especialmente pelo pagamento de tributos e fornecimento de soldados.
− Persas
• Dario I (521-486
a.C.), usou como estratégia a descentralização da administração entre os
sátrapas – espécie de governantes de províncias que, apesar de certa
autonomia, eram vigiados por fiscais, conhecidos como “olhos e ouvidos do rei”.
− Macedônios
• Dominaram regiões pertencentes aos gregos e persas,
fundando diversas cidades, muitas das quais receberam o nome de Alexandria.
• As conquistas de Alexandre expandiram o império a
proporções nunca vistas na antiguidade; popularizaram a cultura grega por meio
dos costumes e da língua, que, no século IV a.C., tornou-se a língua mais
falada entre os povos do Oriente Próximo.
− Romanos
• Sua primeira forma de governo foi a monarquia
(753-509 a.C.), seguida pela república (509- 27 a.C.) e pelo império
(27 a.C.-476 d.C.).
• Em Roma, o poder político, assim como o poder econômico,
era referendado pela posse das terras – que se concentravam nas mãos dos patrícios.
• Durante a fase republicana, o mundo romano era tratado como
coisa pública e o governo partia do senado, das magistraturas e
das assembleias.
• Realizaram uma grande expansão anexando regiões da
Europa, Ásia e África, constituindo um grande império.
• Permitiram, na maior parte das vezes, que os conquistados
mantivessem suas particularidades culturais e religiosas.
• Os maiores elos de ligação do império eram o pagamento de
tributos dos conquistados aos conquistadores, e a partir de 270 a.C., o
inquestionável poder político e social do imperador.
• A partir do ano 284 de nossa era, o Império Romano, entra
em crise econômica e administrativa.
→ O Estado na Idade Mídia e a Hierarquização do
poder
− No século II a.C., Roma deu início a uma política
expansionista. No entanto, por volta do século III d. C., os romanos passaram a
enfrentar uma série de problemas resultante da expansão.
• Disputas internas pelo poder
• A insubordinação das populações dominadas
• A propagação de doenças e, principalmente, a invasão dos
povos bárbaros.
− As invasões germânicas geraram uma fragmentação política
e a ruralização da sociedade da Europa ocidental, o que provocou a queda
do Império Romano no Ocidente.
− O contato entre os povos germanos e romanos resultou numa
nova organização social, econômica e política: o feudalismo.
→ Sociedade
feudal na Europa Ocidental
− Na sociedade feudal - entre os séculos VI a XII, o poder
local, de fato, era exercido pelo proprietário dos feudos – o senhor
feudal.
• A ele cabia à administração da propriedade e das relações
com os servos que viviam no seu feudo.
• A autoridade política do papa e dos reis era mais social,
mais teórica e quanto aos aspectos econômicos, era comum que estes recorressem
aos senhores feudais para montar exércitos e juntar recursos para conquistas.
• A transferência das tarefas do “Estado” é que tornava a
nobreza e a Igreja Católica indispensáveis.
• Suas funções eram:
└ Nobreza – manter a defesa do território.
└ Igreja – realizava a assistência social e ser responsável
pelo ensino.
− Como sistema de governo, o feudalismo englobava certo
número de concepções básicas:
• A noção de que direito de governar era um privilégio
pertencente a todo possuidor de um feudo, implicando esse privilégio
obrigações muito definidas, cuja violação podia acarretar a perda do feudo.
• Os governantes devem concordar em governar dentro da
justiça, de acordo com as leis tanto humanas como divinas.
• O feudalismo baseava-se num ideal de soberania limitada e na
oposição à autoridade absoluta, não importando por quem fosse exercida.
• Dentro da teoria feudal, na verdade, nenhum dirigente tinha
o direito de legislar; a lei era produto do costume ou da vontade de Deus.
→ O Estado Islâmico
− Um Estado criado por uma religião, assim pode ser definido
o Império que surgiu a partir da religião islâmica, criada por Maomé
(570-632) em 622, na cidade de Meca, na Arábia.
− Um dos principais objetivos desta religião foi unificar
os árabes num só Estado.
• Com a morte de Maomé, em 632, esta missão foi mantida pelos
seus sucessores – os califas, por meio da guerra santa (jihad). └
Os povos conquistados tinham a opção de adotar a nova
religião e se incorporarem ao Estado diminuindo a carga de tributos ou manter a
religião tradicional, arcando com tributos maiores.
− No Império Islâmico, a função do Estado foi zelar pelo
cumprimento da shariah – conjunto das leis divinas.
− O governo dos califas estendeu-se de 632 (morte de Maomé) a
1258(conquista de Bagdad pelos mongóis), durante as dinastias dos omíadas e
abássidas.
− Após o governo dos califas, o sultão tornou-se o
principal personagem político - mantinha a monarquia hereditária
alicerçada pelo exército.
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