terça-feira, 26 de julho de 2016

ESQUEMA 05 - 1º ANO - 2016

EEEFM “Professora Filomena Quitiba”
Série: 1ª série – Ensino Médio
Assunto: Mesopotâmia, Egito e Núbia.
Professor: Dayvid Machado Fernandes – História.

AS SOCIEDADES HIDRÁULICAS

O Oriente próximo foi um dos berços da chamada revolução agrícola - cenário de importantes sociedades que se formaram a partir de 3000 a.C.
O arqueólogo norte-americano James Henry Breasted denominou Crescente Fértil a faixa de terra que se estende do norte da África até o golfo Pérsico.
− É uma área de 500 mil Km2, muito árida, com algumas extensões desérticas, porém irrigadas pelos rios Nilo, Jordão, Tigre e Eufrates.
− A terra era propícia para a prática da agricultura e a criação de animais devido as cheias desses rios que após voltarem ao seu curso normal fertilizavam o solo.
− Dentre as sociedades que se estabeleceram na região, destacaram-se as do Egito banhado pelo rio Nilo, e as da Mesopotâmia, banhada pelos rios Tigre e Eufrates.

MESOPOTÂMIA

A Mesopotâmia fazia parte de uma região onde hoje  se encontram o Iraque, o Kuwait, a Síria e o Sul da Turquia, no Oriente Médio.
Mesopotâmia é uma palavra de origem grega, que significa "terra entre rios" - rio Tigre e o rio Eufrates.
Seu território é formado basicamente por uma planície ora desértica, ora pantanosa, com temperaturas que podem chegar a 50 graus à sombra.
• Ao norte  - área montanhosa - denominada Assíria.
• Região Central - entre os rios - Acádia.
• Ao Sul - área pantanosa - Suméria.
Há milhares de anos povos como os sumérios, acadianos, hititas, babilônios, assírios e caldeus se fixaram na região.
− Por volta de 4000 a.C. constituíram-se os primeiros núcleos urbanos autossuficientes e autogovernados marcando assim, o início das primeiras civilizações.
Os Sumérios
− Vindos do planalto iraniano se estabeleceram nas proximidades do Golfo Pérsico.
− Entre 3500 a.C. e 3100 a.C. - construíram cidades muradas - cidades independentes, com organização, governos e leis próprias, chamadas de cidades-estados ( Ur, Uruk, Nippur e Lagash) - que viviam em constante disputa pelo controle do território.
− Tinham um religião politeísta - cada cidade tinha o seu deus patrono - cultuado nos zigurates - local de contato entre os deuses e o homem, onde também funcionavam bibliotecas, celeiros e observatórios astronômicos.
− O registro do número de trabalhadores, da quantidade de sementes distribuídas para o plantio, das rações pagas aos funcionários e camponeses, dos tributos, das transações comerciais e inventário dos estoques foi facilitado pela invenção da escrita, por volta de 4000 a.C.
• Gravavam caracteres em forma de cunha em placas de argila - por isso ficou conhecida com escrita cuneiforme.
Os acadianos
− Por volta de 2350 a.C., os acadianos, um povo de origem semita, invadiram a região e tomaram a Suméria.
− Incorporaram muitos dos costumes e práticas dos sumérios - criando o que se chama cultura sumero-acadiana.
− Sob a liderança de Sargão I, as fronteiras dos Império acadiano se expandiram.
• Depois da morte de Sargão I, o império, abalado por revoltas internas, sucumbiu à invasão dos povos vindos do Planalto do Irã.
− As obras e cultura sumero-acadiana ainda permanecem no mundo contemporâneo:
• O uso da roda em veículo.
• Da produção de cerveja.
• O emprego regular do torno na produção de cerâmica.
• Conheciam a fundição do bronze e a ourivesaria.
• É provável que tenham sido os primeiros a estudarem os corpos celestes e seus movimentos.
• Criaram um calendário lunar de doze meses, divididos em semanas de sete dias, com dois períodos de doze oras cada dia.
• Desenvolveram a álgebra, dividiram o círculo em 360 graus e instituíram o ensino da matemática e da escrita.

Os amoritas
− Por volta de 1950 a.C., os amoritas, vindos da região do Deserto da Síria, dominaram as cidades sumérias e acádias.
• Os conquistadores fundaram sua capital na cidade de Babilônia.
− Entre os reis amoritas destacou-se Hamurabi (1728-1686 a.C.)
• Seus exércitos anexaram vários territórios, formando o chamado Primeiro Império Babilônico.
• Ordenou a elaboração de um código jurídico conhecido atualmente como Código de Hamurabi.
└ Tinha como principio básico a Lei de Talião (olho por olho, dente por dente) - estabelecia ao culpado a aplicação de uma pena equivalente ao dano causado por seu crime.
− Depois da morte de Hamurabi seus descendentes não foram capazes de evitar o declínio político e militar do império.
Os assírios
− Os assírios formavam um povo que antes de 2500 a.C. se estabelecera no norte da Mesopotâmia, na região de Assur.
− Ficaram conhecidos na história pela organização e desenvolvimento militar, pois encaravam a guerra como uma das principais formas de conquistar poder e desenvolver a sociedade - Eram povos muito brutos e cruéis com os inimigos conquistados.
− Passaram a usar o ferro em suas armas e desenvolveram os carros de guerra com rodas de aros.
− Adotaram uma política implacável de conquista e as justificavam afirmando que essa era a vontade de Assur, seu principal deus.
• Sob governo de Sargão II, os assírios conquistaram o Reino de Israel;
• No governo de Tiglatfalasar, tomaram a cidade da Babilônia.
Senaqueribe, que transferiu a capital de Assur para Nínive.
Assurbanípal, foi o construtor da famosa biblioteca de Nínive e conquistador do Egito.
└ Após a sua morte, o Império entrou em lento declínio, com diversas revoltas internas.
− Rebeliões constantes, promovidas pelos povos dominados, enfraqueceram o império assírio que se desintegrou com o domínio caldeu.
Os Caldeus
− Em 612 a.C., os Caldeus, também de origem semita, derrotaram os assírios e fundaram o Segundo Império Babilônico.
• Foi no reinado de Nabucodonosor II (604 a.C. a 561 a.C.) que esse império viveu o apogeu de seu desenvolvimento arquitetônico:
└ Muralhas da cidade
└ A Torre de Babel
└ Jardins Suspensos da Babilônia
• Os domínios de Nabucodonosor II abrangeram a maior parte da Mesopotâmia, a Palestina, a Fenícia e chegaram até as fronteiras do Egito.
− Após a morte de Nabucodonosor, a monarquia enfraqueceu, o que favoreceu a tomada do império pelos persas em 539 a.C.
→ Características dos povos mesopotâmios
− Praticavam a agricultura, a criação de animais, o artesanato e o comércio.
− Montavam caravanas de comércio a base de troca, para suprir o que não era produzido por eles.
− As sociedades eram hierarquizadas e marcadas pela desigualdade.
• No topo da hierarquia social estava o rei, considerado representante dos deuses.
• Logo abaixo estavam os sacerdotes, nobres e chefes militares (minoria privilegiada que ocupava os melhores cargos públicos)
• A camada intermediária, formada pelos fiscais, escribas e comerciantes.
• A camada social mais numerosa era formada por trabalhadores pobres, como camponeses e artesãos, que eram obrigados a pagar impostos para o governo.
• Havia também os escravos, que eram, geralmente, prisioneiros de guerra.
− Eram politeístas - cada cidade possuía um deus protetor:
• Shamach - deus do sol
• Enlil - deus do vento e das chuvas
• Ishtar - deusa do amor e da fecundidade

ÁFRICA ANTIGA: EGITO E NÚBIA

→ A civilização egípcia
− Por volta de 5000 a.C., os habitantes das margens do Nilo aprenderam a canalizar e direcionar as águas, dando início a prática da agricultura e do pastoreio.
− Criaram um calendário que dividia o ano em três estações de quatro meses:
• Período das cheias
• Período da semeadura
• Período da colheita
− Todos os anos os rios enchiam e transbordavam, alagando as suas margens - quando regressava ao seu leito normal, deixava a terra coberta por uma rica camada de húmus, que funcionava como adubo natural.
− As aldeias das margens do Nilo foram se agrupando em nomos - unidades administrativas chefiadas por nomarcas.
− As lutas e/ou alianças entre os nomarcas levaram à formação de dois grandes reinos:
• O alto Egito - localizado no sul
• O Baixo Egito - situado no norte
− Por volta de 3100 a.C., quando, segundo a tradição, um personagem chamado Menés, rei do Alto Egito, conquistou o Baixo Egito e fundou o Império Egípcio.
• Menés se tornou o primeiro faraó.
A história política do império egípcio costuma ser dividida em três períodos:
Antigo Império ( 2700 a.C. - 2200 a.C.)
• O território egípcio esteve dividido em 42 nomos - administrados por nomarcas.
• O Antigo Império foi um período de relativa estabilidade política e prosperidade econômica.
• Período em que foram construídas as colossais pirâmides na cidade de Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos.
Médio Império ( 2010 a.C. - 1785 a.C.)
• Por volta de 2040 a.C., os governantes da cidade de Tebas tomaram o poder e reunificaram o Egito.
• Período de grande brilho para civilização egípcia.
• os faraós desse período incentivaram a atividade cultural e econômica - intensificando o seu comércio com a Núbia.
• Disputas pelo poder entre os próprios egípcios enfraqueceram o Estado - facilitou a penetração dos hicsos - invadiram o Egito por volta de 1570 a.C. - dominaram por cerca de 170 anos.
Novo Império (1552 a.C. - 1069 a.C.)
•Iniciou com a vitória sobre os hicsos e a reunificação dos egípcios.
• Conquistaram o Reino de Kush, na Núbia, ao sul, a Fenícia, a Palestina e a Síria , a nordeste, e estenderam seu domínio até o rio Eufrates, na Mesopotâmia - estabeleceu um lucrativo comércio com todas essas regiões e com a ilha de Creta.
• As revoltas da maioria da população contra os impostos abusivos  e o trabalho forçado - disputas internas - enfraquecimento do Estado.
• Em 525 a.C. , foram conquistados pelos persas - desde então, foram dominados por vários outros povos:
└ Na Antiguidade: gregos e romanos.
└ Na Idade Média: árabes e muçulmanos.
└ No século XIX: britânicos.
• Somente  em 1992, o Egito voltou a ser independente.
A vida social
− Sociedade rigidamente estratificada e com pouca mobilidade.
− O faraó era considerado um deus vivo - maior autoridade administrativa, religiosa e militar do império - dono de quase todas as terras.
− Altos funcionários e sacerdotes
Vizir: supervisionava a polícia, a justiça e a cobrança de impostos
Escribas: registravam os impostos arrecadados, as áreas cultivadas, o volume da colheita e os rebanhos.
• Os sacerdotes: grupo poderoso e rico - sua riqueza  vinha das terras que possuíam  e das oferendas feitas aos deuses.
Artesãos, comerciantes e militares
Camponeses e escravos
• Camponeses - viviam pobremente - trabalhavam nas propriedades dos faraós, dos sacerdotes e dos altos funcionários públicos - faziam todo o tipo de serviço - podiam ser convocados pelo Estado para trabalhar em obras públicas -  além de entregar ao senhor da terra parte da colheita - tinham que pagar pesados impostos ao Estado.
• Escravos - obtidos nas guerras de conquista - utilizados em serviços pesados - trabalho nas pedreiras - nas minas - construção de grandes obras.
Religião
− Eram politeístas.
− Acreditavam na vida após a morte - a alma um dia regressaria ao corpo - por isso praticavam a mumificação.
− As almas eram julgadas no tribunal de Osíris - se o indivíduo fosse salvo, iria para os campos da paz - caso contrário iria para uma espécie de purgatório ou tornar-se-ia uma alma perdida.
− A mumificação - dependia das posses da pessoa:
• Os mais pobres, geralmente enterravam os seus mortos nas areias do deserto.
• Os ricos, especialmente os faraós - eram mumificados por técnicos especializados neste ofício
As artes e as ciências
− Praticavam uma arte monumental - marcada por intensa religiosidade.
Arquitetura - destacaram-se as pirâmides: Quéops, Quefrén e Miquerinos - Templos religiosos: Abu-Simbel.
Escultura - predomina as estátuas de postura rígida e solene e os braços cruzados sobre o peito ou estendidos.
• Acreditavam que além de conservar o corpo, deveriam imortalizá-lo por meio da escultura fiel as suas características físicas.
Pintura - retratavam vários aspectos da vida social do seu país: cenas de caça, de trabalho, de guerra.
• Suas pinturas obedeciam regra rígidas como a regra da frontalidade.
Ciências - buscavam resolver problemas práticos: calcular a área de uma construção, prever a periodicidade das cheias do Nilo, encontrar a cura para uma doença.
Matemática: aprenderam a operar com a soma, subtração e divisão - embora não possuíssem um símbolo para o zero, foram os inventores do sistema decimal - sabiam calcular área do triângulo, retângulo e do trapézio e o volume dos sólidos.
Medicina: dominaram conhecimentos de anatomia humana - reconheceram a importância do coração - desenvolveram técnicas para tratar de fraturas - anestesiar o paciente - realizar pequenas cirurgias.
Astronomia: Criação de um calendário solar de 365 dias divididos em 12 meses de 30 dias, mais cinco dias de festa.

A CIVILIZAÇÃO NÚBIA

A civilização núbia floresceu ao sul do Egito - foi um importante elo entre os povos da África central e os do Mar Mediter-râneo.
→ O reino de Kush
− Sua história esta estreitamente ligada à do Egito - foram encontrados grande número de objetos egípcios em terras núbias e produtos núbios em terras egípcias - o comércio entre eles era intenso.
− Sabe-se que por volta de 1530 a.C., o Reino de Kush foi conquistado pelos Egito - mais tarde ocorreu o efeito contrário dando início a dinastia dos faraós negros.
→ A formação do reino
− Assim como os egípcios, construíram diques e canais, criando assim condições para a agricultura.
• Essa prática favoreceu o surgimento de povoações permanentes.
• Por volta de 2000 a.C. - como desdobramento de um processo de disputas e alianças, as aldeias passaram a obedecer um único líder - o rei.
− A escolha do rei
• Em Kush o rei era escolhido de forma peculiar - os líderes da comunidade elegiam aquele que consideravam ser o mais preparado - depois lançavam sementes no chão, para perguntarem ao deus da cidade se concordava com a escolha - Essa consulta legitimava a escolha.
→ A candace: o papel da rainha-mãe
− As mulheres ocupavam posições políticas de destaque, tendo ascendência inclusive sobre o clero.
− Denominada "senhora de Kush", a mãe do rei adotava a nora, ganhando assim grande poder e influência no governo do filho.
− Algumas delas chegaram a assumir a chefia do Estado com o título de candence, kandake, ou rainhas-mães reinantes.
→ Estabilidade dinástica
− Segundo o historiador africano Joseph Ki-Zerbo, os fatores que contribuíram para a estabilidade política e longevidade desse reino foram:
• O sistema de escolha do rei;
• O controle da monarquia cuxita sobre as riquezas minerais existentes no seu subsolo;
• Marcante participação da mulher na política.
→ A vida econômica e social
− A economia era diversificada:
• A pecuária representava a principal fonte de subsistência da população.
• Praticavam a agricultura.
• Em relação a mineração, Kush era rico em minérios como o ouro, pedras preciosas e semipreciosas e ferro.
• No artesanato, destacavam-se na cerâmica, marcenaria, tecelagem e joalheria.
• O comércio era realizado com os países da orla do mar Mediterrâneo.
└ Ouro, marfim, incenso, ébano, óleos e pedras preciosas.
 → O fim do Reino de Kush
− Por volta do século III d.C., o Reino de Kush foi empobrecendo - ocorreu um enfraquecimento do comércio exterior - Entre as causas desse declínio podemos citar: a perda do controle das rotas comerciais e os conflitos internos.

− No ano de 330, foi conquistado por outro reino africano, denominado Axum, localizado no norte da atual Etiópia.


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